A notícia da prefeitura do Rio pegou de surpresa os administradores de instituições consagradas no atendimento a crianças portadoras de necessidades especiais
Por Redação – do Rio de Janeiro
Uma decisão da secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Município do Rio de Janeiro, a vereadora Tereza Bergher, tem levado instituições sociais que atuam nas diversas zonas urbanas da cidade a questionar o futuro. Segundo a vereadora, nomeada para o cargo após a eleição do prefeito Marcelo Crivella, “novas diretrizes” da atual administração determinam “uma subtração de 25% no valor dos contratos e convênios” em curso naquela pasta.

O ofício da secretária Teresa Bergher pegou de surpresa as instituições listadas pela prefeitura do Rio (Clique para ampliar)
A notícia pegou de surpresa os administradores de instituições consagradas no atendimento a crianças portadoras de necessidades especiais.
‘Atitude hostil’
Organizações sociais como o Centro Municipal de Referência da Pessoa com Deficiência (CMRPD), a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e a Sociedade Pestalozzi do Brasil (SPB-Brasil) passaram a receber menos para manter um número crescente de novos alunos. A atitude recebeu críticas exaltadas de setores da sociedade carioca.
— Trata-se de um repasse federal, essa verba. Não encontramos explicações para a redução em um quarto destes recursos. Ficou ainda mais impossível manter os serviços em funcionamento. É lamentável, para não dizer que se trata de um completo absurdo, a falta de compromisso dos segmentos públicos com o bem estar de crianças que estariam desamparadas, caso não houvesse o empenho da sociedade civil organizada. Trata-se de uma atitude hostil, essa do prefeito Crivella — afirmou, indignado, o embaixador Sergio Nogueira Lopes, presidente de Honra da SPB-Brasil.
Atrasos
Além da redução substancial nos recursos públicos, a prefeitura do Rio reconhece a ocorrência de atrasos no cumprimento dos contratos em vigor. Segundo a administração municipal, em nota encaminhada à reportagem do Correio do Brasil, “por determinação do prefeito Marcelo Crivella, em decreto publicado no Diário Oficial em 1/1/2017, toda a administração municipal reduziu em 25% o valor de contratos e encargos”.
“As secretarias, desde então, estão se adequando a essa nova realidade financeira e fiscal da prefeitura, que também reduziu de 28 para 12 o número de secretarias. Com a revisão dos valores dos contratos, alguns repasses de fato estão atrasados. No entanto, as secretarias estão fazendo um grande esforço no sentido de colocar em dia todos os repasses”, acrescenta a nota.

Alunos da SPB-Brasil, portadores de necessidades especiais, passaram a não ter o almoço garantido, após a decisão da prefeitura do Rio
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