As manifestantes cobram o pagamento de horas extras do segundo semestre de 2016, incluindo as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
Manifestantes acampadas continuaram a bloquear, nesta segunda-feira, a entrada do Batalhão de Choque, no Centro do Rio de Janeiro. Com uma farda manchada de vermelho e faixas pedindo melhores condições de trabalho para policiais militares, as mulheres estão impedindo a entrada e saída do prédio, onde funcionam unidades como o Choque e o Batalhão de Policiamento em Grandes Eventos.

Mulheres de policiais militares bloqueiam entrada de vários batalhões no estado desde sexta-feira
Do lado de fora, dezenas de policiais que começariam seus turnos na manhã de hoje aguardam na calçada.
As manifestantes cobram o pagamento de horas extras do segundo semestre de 2016. Incluindo as dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos. O governo do estado também deve aos policiais o pagamento do décimo terceiro salário e de prêmios por cumprimento de metas.
– A gente só vai sair quando pagarem tudo que prometeram. A gente não quer nada absurdo, só o que eles estão devendo – conta uma mulher de policial militar que não quis se identificar. “Meu marido tem que pegar dinheiro comigo para ir trabalhar. O cartão de crédito dele eu já nem sei mais como está, virou uma bola de neve”.
Segundo ela, o protesto tem recebido apoio da população e todos os mantimentos que elas têm consumido no acampamento são doados.
Policiais
Um policial que não quis se identificar contou que é casado com uma policial militar. A família tem sofrido com o atraso dos dois pagamentos. “O que tem me sustentado é a minha esposa vendendo cosméticos. Eu nunca imaginei que fosse passar por isso tendo três filhos”.
Na porta do 6º Batalhão de Polícia Militar, na Tijuca, três mulheres controlam a entrada e saída de militares e viaturas. Sem se identificar. Elas contaram que fizeram um acordo com o comandante do BPM para permitir que um efetivo mínimo policie as ruas da região.
– Para garantir a segurança da Tijuca e da grande Tijuca, um efetivo mínimo de policiais está nas ruas, de policiais equipados – contou uma das mulheres dos policiais. “Não vamos sair daqui enquanto as reivindicações não forem atendidas”.
As manifestantes estão revistando os policiais e os carros que deixam o batalhão. Para impedir que saiam com fardas e armas escondidas. Elas afirmam receber apoio da população.
– Eles falam que a causa é justa e que o policial não pode ser tratado como é tratado – relatou uma delas, que enumerou problemas como a falta de coletes à prova de bala. “O policial hoje não faz concurso pra ser PM, faz concurso para ser alvo de bandido.”
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