Diretoria dos tucanos já teria admitido que presidente afastado da legenda, Aécio Neves, vive cenário muito difícil na esfera judicial
Por Redação – de Brasília
A direção nacional do PSDB começa a trabalhar na contenção de danos que a eventual prisão do senador Aécio Neves (MG) poderá acarretar para a legenda. Neves terá sua situação penal avaliada, na próxima terça-feira, no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso foi encaminhado à apreciação dos demais ministros a pedido do relator da Operação Lava Jato na Corte, Edson Fachin. Fonte ligada ao Diretório Nacional da legenda afirmou à reportagem do Correio do Brasil, em condição de anonimato, que “o estrago será muito grande, sem nenhuma dúvida, mas é preciso enfrentar a realidade, o quanto antes”.
Isso também é o que está fazendo o presidente provisório da legenda, senador Tasso Jereissati (CE). Ele já reconhece que Aécio não seria inocente no pedido de propina ao Grupo JBS. O esquema lhe renderia R$ 2 milhões – dinheiro recebido por seu primo Fred Pacheco.
— Uma pegadinha, com certeza. Foi montado. Agora, isso não o inocenta totalmente, porque foi montada uma armadilha e ele caiu. Tem que averiguar quais as razões que teve para ele cair — disse Tasso a jornalistas, nesta manhã. Ele se referia à ação controlada da Polícia Federal (PF) que flagrou Aécio, sua irmã Andrea Neves e seu primo Fred no esquema criminoso.
Corrupção
O tucano cearense também deixou claro que o apoio do PSDB a Michel Temer está, cada vez mais, insustentável do ponto de vista político.
— Não tenho condições de dizer se ele é culpado ou não, mas tenho condições de dizer que, praticamente com todo o seu gabinete preso, processado ou pego em flagrante, e as próprias gravações, ele precisa muito rapidamente comprovar sua inocência para ter autoridade suficiente para levar esse momento difícil — sentencia.
Para Jereissati, o sistema político brasileiro entrou em colapso.
— A crise não vai se aprofundar apenas por causa da decisão eventual da PGR. Estamos vivendo um sistema político que apodreceu e morreu. A corrupção que era de batedor de carteira virou de quadrilhas internacionais — afirmou.
Temer no STF
O senador acrescentou que os deputados votarão livremente sobre a acusação contra Temer que será oferecida pela procuradoria-geral da República.
— Não há decisão, mas com certeza os deputados vão agir como juízes. E votar de acordo com sua consciência, não de acordo com orientação — advertiu.
Temer precisará de 172 votos contra o pedido para que se torne réu na ação em que é investigado no STF. Temer e o suplente de deputado Rodrigo Rocha Loures, atualmente preso na carceragem da PF, em Brasília, foram flagrados nas gravações do empresário Joesley Batista, da JBS.
O post PSDB trabalha com a hipótese de prisão para senador Aécio Neves apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.