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PT erra na comunicação e agora Lula tenta evitar uma debandada

noviembre 8, 2016 13:27 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Na sua intervenção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs à bancada do PT na Câmara dos Deputados, um amplo acordo entre todas as forças políticas do partido

 

Por Redação – do Rio de Janeiro e São Paulo

 

Os principais líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) reuniram-se, até altas horas da noite passada. Nos discursos, sobraram críticas às forças da extrema direita, que lideraram o golpe de Estado, em curso no país. Mas nenhum dos oradores abordou, em profundidade, os erros cometidos durante os mais de 13 anos de governo.

Lula

Lula se referiu ao governo interino de Michel Temer dizendo que “eles sabem que estão cometendo um ato de ilegalidade

Na sua intervenção, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs à bancada do PT na Câmara dos Deputados, um amplo acordo entre todas as forças políticas do partido. Tentava, assim, evitar uma debandada de parlamentares da sigla. Segundo participantes do encontro, na capital paulista, que reuniu 48 dos 54 deputados petistas, Lula usou uma palavra em espanhol “concertación” (concertação) para se referir à proposta.

— A ideia é fazer uma concertação. Lula está liderando e deu o tom. Com isso, ele breca o movimento de debandada que é uma especulação permanente — disse o deputado José Guimarães (PT-CE), na saída da reunião.

Lula alimenta a esperança de contemplar a parte da bancada que integra o Muda PT. O grupo reúne as cinco principais correntes de esquerda do partido. Cerca de 30 deputados defendem, entre outros pontos, a saída em bloco do partido, caso não haja uma profunda reformulação na liderança da legenda.

Sem PED

A concertação proposta por Lula prevê a escolha de um nome de consenso para substituir Rui Falcão na presidência do PT. Visa, ainda, a indicação dos melhores quadros de cada corrente — de preferência ex-ministros, ex-governadores e ex-prefeitos — para formar a nova direção. A proposta de Lula visa, também, a criação de mecanismos de transparência na gestão do partido.

O ex-presidente defendeu e a realização do 6.º Congresso Nacional da sigla, com plenos poderes para eleger dirigentes. Objetiva, assim, fazer uma reformulação profunda do PT até março do ano que vem. Anteriormente, a ideia era fazer o Congresso entre maio e junho.

A proposta de que a nova direção deve ser eleita por delegados no 6.º Congresso. Não mais por meio de um Processo de Eleições Diretas (PED), o que teve apoio quase unânime da bancada.

A forma de escolha da nova cúpula partidária é o principal ponto de divergência entre o Muda PT e a corrente majoritária Construindo um Novo Brasil (CNB) e ameaça rachar o partido. Ao apoiar a tese do Muda PT, Lula tenta esvaziar o discurso para uma possível saída em bloco do grupo.

Falcão, por sua vez, negou a existência do movimento de debandada. 

— Não vi nenhum deputado que tenha manifestado a intenção de sair do PT — disse.

Renovação

Carta de Agnelo Pacheco - Clique para ampliar

Carta de Agnelo Pacheco – Clique para ampliar

Falcão preferiu não citar o manifesto do Núcleo Ocupa PT “às direções nacional, regional e municipal” do partido. No texto, os dissidentes afirmam “inquestionável o afastamento das bases do PT, bem como o arrefecimento de nossa militância”. Ainda no documento, os signatários reforçam o urgente restabelecimento do “diálogo com nossos filiados, através do resgate de nosso projeto político, social e humano”.

A manifestação seguiu após o posicionamento da corrente Construindo um Novo Brasil (CNB), maior força interna do partido. A porção majoritária defende a mudança na direção do PT para o primeiro semestre do ano que vem. Principal líder da CNB, Lula passou a defender, internamente, a renovação da direção partidária em todos os seus níveis. A corrente não concorda com os termos colocados.

As tendências Articulação de Esquerda, Avante S21, Esquerda Popular Socialista, Mensagem ao Partido e Militância Socialista compõem o movimento, convocado sob o título “Mudar o PT é decisivo para a luta pelo Fora Temer e contra a retirada de direitos”.

‘Eleições direitas’

“Diante da gravidade deste ataque à democracia e à classe trabalhadora, defendemos que o Partido dos Trabalhadores convoque imediatamente o seu VI Congresso, um congresso que tenha plenos poderes para ouvir a base do partido, mudar seus rumos e sua direção. É com este sentido de urgência que defendemos que o PT deve lutar para reconquistar o apoio da classe trabalhadora renovando sua estratégia, programa, organização e direção partidária”, diz o documento de convocação do movimento, após descrever uma análise de conjuntura.

No documento, essas tendências se manifestaram contrariamente ao PED, sob o argumento de que propiciam o uso da máquina. O documento substitui no nome oficial do processo, “eleições diretas”, para “eleições direitas”.

“Discordamos dos sucessivos adiamentos que a atual maioria partidária tem imposto à realização do VI Congresso do PT”, afirmam. Além dos conhecidos problemas herdados do sistema político dominante – abuso do poder econômico, eleitoralismo, ausência de debates preparatórios, filiações em massa, ‘uso da máquina’, interferência de agentes externos, etc. – as direções e delegados eleitos pelo PED não têm sido escolhidos pelo voto direto dos filiados, mas antes pelas cúpulas das chapas nacionais”, diz a nota.

Um dos organizadores do movimento, o secretário de formação do PT, Carlos Henrique Árabe, diz que o grupo cresce e se mostra necessário.

— Sabemos que tem a simpatia de Lula — comentou.

Erros na Comunicação

Já no Rio de Janeiro, onde também ocorreu uma reunião da direção do Partido, Alberto Cantalice, secretário de Comunicação do PT, colocou seu cargo à disposição dos militantes. Embora tenha reconhecido o peso dos erros cometidos pela legenda, neste campo, atribuiu a responsabilidade aos sindicatos que integram a legenda. Cantalice também não comentou o envolvimento das agências de publicidade na derrocada do Partido, que resultou na cassação da presidenta Dilma Rousseff e no golpe de Estado que se seguiu, após 13 de Maio deste ano.

Em carta encaminhada ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu, preso em Curitiba, o publicitário Agnelo Pacheco, dono da agência de publicidade que leva seu nome, chama atenção para o “republicanismo” do governo Dilma. Segundo Pacheco, as agências escolhidas pela Secretaria de Comunicação Social do Palácio do Planalto eram, na sua maioria, ligadas às forças de direita, que derrubaram o governo petista.

Viver perigosamente

Pacheco, hoje, é alvo de nova fase da Operação Acrônimo, da Polícia Federal. Pesa a suspeita de que a empresa teria feito subcontratações de outras agências em contratos com os ministérios das Cidades, Saúde e Turismo para repassar dinheiro a Fernando Pimentel, governador de Minas Gerais. Na época, ele era ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

Em nota pública, distribuída na semana passada, Pacheco esclarece “que nunca teve nenhuma relação com o Governador Fernando Pimentel e muito menos com seu Governo”. Na carta a Dirceu, em tom de desabafo, Pacheco aponta para os riscos de se trabalhar com empresas ligadas, politicamente, aos adversários”:

“Este PT gosta de viver perigosamente”, afirma o publicitário, após identificar a presença de inimigos políticos na condução de um setor tão sensível para o sucesso do governo. Pacheco traduziu, em sua carta ao líder petista, condenado na Lava Jato a mais de 20 anos de reclusão, o sentimento do grupo que, hoje, pode deixar a legenda. Segundo o manifesto do Núcleo Ocupa PT, será necessária a convocação de uma Comissão de Ética para avaliar o comportamento de seus principais líderes.

Campanha

Após o encerramento do encontro, na capital paulista, o deputado Afonso Florence (PT-BA) afirmou que foi “uma longa reunião onde todos os parlamentares falaram o tempo que quiserem”.

— Tratamos da conjuntura, dos desafios postos no PT, seja do ponto de vista do tratamento da crise política, do impeachment, da agenda regressiva do governo Temer, seja da renovação que o PT precisa viver para se colocar novamente como um partido capaz de apresentar um projeto de inclusão para o Brasil, de país generoso — concluiu.

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