Somente nos dois últimos pregões, o dólar acumulou queda de 2,04% e, como manteve a trajetória pela manhã, acabou atraindo compradores
Por Redação – de São Paulo
O dólar anulou a queda e era negociado com leve alta frente ao real nesta quinta-feira, com os preços baixos atraindo importadores e com movimento de ajuste após recentes desvalorizações. Durante toda a manhã, o dólar foi negociado em queda, indo abaixo de R$ 3,20, seguindo o bom humor externo.
Às 12:40, o dólar avançava 0,16%, a 3,2164 reais na venda, após bater 3,1817 reais na mínima do dia. O dólar futuro virou e subia cerca de 0,20% nesta tarde.
— A moeda (norte-americana) caiu a um preço atrativo e acho bem natural essa recomposição de carteira — comentou um operador de uma corretor nacional.
Somente nos dois últimos pregões, o dólar acumulou queda de 2,04%. Como manteve a trajetória pela manhã, acabou atraindo compradores. Segundo operadores, o dólar também passou a subir após investidores que apostam na queda da moeda norte-americana zerar posições.
Dólar versus risco
O movimento de queda mais cedo veio do movimento de busca por risco. A tendência era vista na véspera, reforçada pela indicação do banco central norte-americano de maior gradualismo em sua política monetária. O gradualismo significa continuidade do fluxo de recursos para países emergentes.
O Federal Reserve sinalizou que deverá haver uma alta nos juros do país este ano, e não mais duas. O movimento reforçou a expectativa do mercado de que ocorra em dezembro. Juros maiores nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados hoje em outras praças, como a brasileira.
Também na véspera, o Banco do Japão mudou o foco de sua política monetária e determinou meta para rendimento de títulos públicos. O movimento que também agradou aos mercados.
O dólar recuava nesta manhã também frente a outras moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano. Internamente, o mercado cambial também estava mais otimista com a aprovação de medidas de ajuste fiscal no Congresso.
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, vem se repetindo em defesa das reformas, assim como o presidente de facto, Michel Temer. Por determinação de Meirelles, o Banco Central vendeu nesta manhã todo o lote de 5 mil contratos de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares.
Juros nos EUA
No final da tarde passada, o Federal Reserve (FED), Banco Central dos Estados Unidos, decidiu mais uma vez manter os juros básicos do país. Surtiu um certo alívio para o mercado de câmbio, no Brasil.
No entanto, a instituição não descartou uma alta até o fim do ano. Desde dezembro do ano passado, a taxa ficou entre 0,25% e 0,50%. Aquela foi a primeira alta em quase 10 anos e não sofreu outras alterações nos últimos meses.
Além disso, sobre o PIB dos Estados Unidos, ele deve crescer neste ano 1,8%, menos que a porcentagem prevista anteriormente, que era de 2%. Já sobre a taxa de desemprego, ela deve ficar em 4,8% até o final do ano, ainda mais alto que a previsão de junho, que era de 4,7%.
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