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Reforma política, agora, significa um risco à democracia

Dicembre 9, 2016 12:24 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Na democracia, a Constituição de 1988 não resultou da assembléia de cidadãos corajosos. Mas do encontro interesseiro e amedrontado de homens que não tinham olhos para enxergar

 

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro

 

“Reforma política já!” é proposta precipitadamente superficial, contraditória e enganosa. Os partidos políticos, reunidos nas duas casas do Congresso, representam quem e o que? Eles são a base de toda a vida política: não se faz política sem eles. São o que querem os profissionais que deram continuidade aos usos e costumes construídos durante a ditadura.

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O golpe na democracia foi construído aos poucos, silenciosamente, durante os governo do PT

A Constituição de 1988 não resultou da assembléia de cidadãos corajosos. Mas do encontro interesseiro e amedrontado de homens que não tinham olhos para enxergar. Nem competência para projetar o futuro de um país que pretendia iniciar a sua experiência democrática. A Carta que deveria nos governar hoje (remendada a todo momento, para atender aos imediatismos interesseiros) não teve nenhuma coragem política.

A experiência de convivência com partidos políticos capados recomendou que se desse tal status, nada se exigindo: ideologia, programam,tampouco compromissos. À esses grupos somam hoje mais de três dezenas de associações de fins lucrativos e que trabalham exclusivamente para transformar subornos estratosféricos em “despesas eleitorais”.

Tão simples: não se trata de discutir sobre financiamento de campanhas por empresas & empresários; proíbam-se tais despesas, que não servem para nada e para ninguém. Voltemos aos tempos dos comícios de praça pública e “horários gratuitos”. Reconheçamos: as propinas não cobrem despesas de campanha política, elas são armazenadas nos bolsos personalizados.

Coronéis

Os partidos políticos são a base para formação dos quadros que vão compôr o Executivo e o Legislativo. Sem que eles sejam obrigados a uma postura ética e competente, não haverá reforma de coisa alguma: discutir voto distrital não é discutir reforma política. Discutir reforma política, entre outros pontos fundamentais, é refazer o pacto federativo, de forma a impedir a formação de bancadas representantes de pistoleiros e coronéis.

É estabelecer parâmetros seletivos para os que pretendam concorrer em eleições: o espetáculo circense que a Câmara e o Senado oferecem no dia-a-dia mostra a inviabilidade política de um Congresso Nacional que reúne não só bandidos, mas analfabetos funcionais. Partidos políticos não podem capitalizar votos, usando nomes de astros e estrelas, um populismo pobre e rasteiro. 

Agora,existindo quadros políticos responsáveis, será possível discutir as regras: fidelidade partidária, rigorosa prestação de contas (dos dinheiros e das ações), respeito aos projetos propostos enquanto candidatos…

Capitalismo x democracia

A reforma política, para que exista, pressupõe como condição o esforço intelectual para construção de instituições que não sejam a repetição desgastada do que foi proposto no século XIX, muito antes do capitalismo financeiro, da globalização e da alienação promovida pelos modernos meios de comunicação. E mais…que não se mantenha apenas o princípio a ser feito realidade:

Não todo poder emana do povo e somente por ele será exercido.

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil.

O post Reforma política, agora, significa um risco à democracia apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.


Source: http://www.correiodobrasil.com.br/reforma-politica-agora-significa-um-risco-democracia/

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