Alguns senadores têm comentado, nos bastidores, que mesmo diante dos acordos fechados com Lira, para manter as mudanças realizadas na reforma tributária, a Câmara acabe as derrubando, uma vez que tem a palavra definitiva sobre o texto final. O adiamento da votação da regulamentação da reforma, no entanto, seria a maior derrota já sofrida por Lira.
Por Redação – de Brasília
Um grupo de senadores, a maioria deles ligada ao chamado ‘Centrão’, tem ameaçado, ainda que de forma velada, adiar a votação dos textos que regulamentam a reforma tributária para o ano que vem. Muitos deles estariam desconfiados que o presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), possa descumprir acordos firmados para manter alterações feitas pelo Senado.
Presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (C) articula contra o governo LulaAlguns senadores têm comentado, nos bastidores, que mesmo diante dos acordos fechados com Lira, para manter as mudanças realizadas na reforma tributária, a Câmara acabe as derrubando, uma vez que tem a palavra definitiva sobre o texto final. O adiamento da votação da regulamentação da reforma, no entanto, seria a maior derrota já sofrida por Lira, ao longo de sua carreira, uma vez que trabalha para entregá-la ainda durante o seu mandato como presidente da Câmara.
Carnes e queijos
Pairam sobre a reforma em análise na Casa, por exemplo, algumas polêmicas ainda longe de ser pacificadas. Entre elas está a inclusão da carne na cesta básica. A decisão, que visa reduzir a carga tributária sobre um item essencial à mesa do brasileiro, pode, paradoxalmente, resultar em um aumento dos impostos sobre diversos outros produtos e serviços.
A principal mudança trazida pela reforma é a criação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), que unificará uma série de tributos em uma única alíquota aplicada em todo o território nacional.
A proposta, que busca simplificar o caótico sistema tributário brasileiro, promete tornar a cobrança de impostos mais transparente e uniforme, mas a inclusão de itens como carne e queijo na cesta básica pode elevar a carga tributária em outros setores.