Nos anos 1950, Carlos Franklin Paixão Araújo se juntou à Juventude Comunista e lutou contra o regime militar. Na época, conheceu Dilma Rousseff.
Por Redação, com RBA – de Porto Alegre
Morreu em Porto Alegre, no primeiro minuto deste sábado, o advogado trabalhista que integrou a luta armada, ex-deputado e ex-marido de Dilma Rousseff Carlos Araújo, aos 79 anos. O quadro de esquerda estava internado na Santa Casa da capital gaúcha desde 25 de julho. Sofreu uma cirrose medicamentosa. Ao longo da vida, Araújo teve problemas de saúde relacionados a um enfisema pulmonar, decorrente do tabagismo.
Nos anos 1950, Carlos Franklin Paixão Araújo se juntou à Juventude Comunista e lutou contra o regime militar. Na época, conheceu Dilma Rousseff. Mais precisamente, em 1969. Ambos lutavam na Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, a VAR-Palmares.
‘Conselheiro político’
Depois de casados, ambos foram presos em 1970, e torturados durante seu período na prisão. Voltaram para Porto Alegre em 1974, quando Araújo passou a administrar o escritório de advocacia do pai, falecido no mesmo ano. Ana Paula, única filha do casal, nasceu em 1976, e lhes deu dois netos, Guilherme, que tem pouco mais de um ano, e Gabriel, que completa sete em 9 de setembro.
Araújo e Dilma foram casados por quase 20 anos e continuaram amigos, conversando frequentemente por telefone ou pessoalmente. Em uma de suas poucas entrevistas, desta vez à Revista do Brasil, ainda em 2013, no entanto, ele negou ser “conselheiro político” da presidenta como afirmavam alguns veículos.
— Não tem essa história de conselheiro político. Nós somos amigos. Fui casado com ela, temos uma filha juntos, militamos na época da ditadura. É natural que se estabeleça uma relação de confiança. Mas daí dizer que eu sou seu conselheiro político… O pessoal exagera um pouco — disse.
Movimentos sociais
Foi deputado estadual no Rio Grande do Sul por três mandatos, entre 1982 e 1994, pelo PDT. Em 2004, se desfiliou da legenda e se afastou da vida partidária, voltando a se filiar em março de 2013 ao mesmo partido. Na ocasião, falou em trabalhar pelo resgate do trabalhismo da sigla, considerado por ele o “caminho brasileiro para o socialismo”.
— O PDT está um pouco descaracterizado, se afastou das raízes do trabalhismo. Falta ao PDT uma prática social maior, uma maior participação nos movimentos sociais. O partido deveria se voltar aos grandes problemas nacionais, mas não faz esses debates. A atuação é muito tímida. Internamente, é preciso haver mais democracia, discussão e revezamento de poder no PDT. Não podemos ter lideranças que se eternizam no poder — concluiu.
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