Apesar de representar um rombo maior na comparação anual, o dado de janeiro veio melhor que o déficit de US$ 5,3 bilhões estimado por analistas
Por Redação – de Brasília e São Paulo
O Brasil teve déficit em transações correntes de US$ 5,085 bilhões em janeiro, alta de 5,6% sobre igual mês do ano passado, com maior gasto líquido nas contas de serviços e maiores remessas de lucros e juros ao exterior ofuscando o desempenho positivo da balança comercial.
Apesar de representar um rombo maior na comparação anual, o dado de janeiro veio melhor que o déficit de US$ 5,3 bilhões estimado por analistas em pesquisa Reuters.
Também foi coberto com folga por Investimentos Diretos no País de (IDP) de US$ 11,528 bilhões, acima da expectativa de mercado de US$ 9,1 bilhões.
Transportes
Na conta de serviços, o destaque ficou com os gastos líquidos de brasileiros fora do país, que somaram US$ 914 milhões em janeiro, ante apenas US$ 190 milhões no mesmo mês do ano passado. Os gastos com transportes também saltaram 151% na mesma base, a US$ 436 milhões.
Já na conta de renda primária, as remessas de lucros e dividendos subiram a US$ 870 milhões, sobre US$ 314 milhões em janeiro de 2016. As despesas líquidas de juros, por sua vez, avançaram 11,7%, a US$ 4,5 bilhões.
Atuando no sentido contrário, de diminuição do rombo, a balança comercial teve superávit de US$ 2,504 bilhões em janeiro. Foi muito superior à cifra de US$ 647 milhões um ano antes.
Desta vez, o saldo positivo foi fruto de um aumento nas exportações superior ao observado nas importações. Tudo isso, em meio a um cenário de valorização do preço de commodities.
Rombo
Nos últimos dois anos, o superávit vinha sendo obtido por quedas mais fortes nas importações que nas exportações. Com as compras de produtos estrangeiros sendo fortemente afetadas pela recessão econômica.
Em 12 meses, o déficit em transações correntes manteve-se em 1,30% do Produto Interno Bruto (PIB), mesmo patamar de dezembro. Para 2017, o BC prevê déficit em transações correntes de US$ 28 bilhões. É maior do que o rombo de US$ 23,507 bilhões do ano passado, justamente por maiores remessas de lucros e dividendos para o exterior e gastos com viagens internacionais em função da modesta recuperação prevista para a economia.
A pesquisa Focus mais recente aponta uma expectativa de expansão de apenas 0,48% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Bancos e consultorias vêm melhorando suas projeções na esteira de surpresas positivas no lado da inflação. Também, por uma perspectiva de juros mais baixos para economia.
O BC registrou, ainda, entrada líquida de investimento em títulos negociados no país de US$ 502 milhões, no mês passado.
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