Serra é acusado pela Odebrecht, em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato, de ter recebido R$ 23 milhões em propina na Suíça
Por Redação – de Brasília
Ocupante do Ministério das Relações Exteriores, o senador José Serra (PSDB-SP) teria mais motivos do que alegou para deixar o posto, na noite passada. Primeiro tucano a integrar a equipe do presidente de facto, Michel Temer, Serra alegou motivos de saúde na carta em que pediu sua exoneração.
“Faço-o com tristeza, mas em razão de problemas de saúde que são do conhecimento de Vossa Excelência, os quais me impedem de manter o ritmo de viagens internacionais inerentes à função de chanceler”, diz ele.
Segundo o tucano, o tempo para sua recuperação, de acordo com os médicos, é de quatro meses. “Para mim, foi motivo de orgulho integrar sua equipe”, afirma. Mas analistas políticos discordam.
Serra é acusado por executivos da construtora Norberto Odebrecht, em delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato. Ele teria recebido R$ 23 milhões em propina, na Suíça.
Outras razões
Há, ainda, partidários da tese de que o tucano fora deixado de lado nas decisões políticas, principalmente no foro econômico. Eles se somam àqueles que presumem a existência de outros motivos para deixar o Itamaraty. A crescente impopularidade do chefe imediato, Michel Temer, teria pesado na decisão do parlamentar.
Serra ainda alimenta expectativas de concorrer, novamente, à Presidência da República. Seguir na companhia de Temer, disseram alguns de seus correligionários à reportagem do Correio do Brasil, seria um desgaste ainda maior à sua imagem pública.
Vigora, ainda, a versão de que a Lava Jato aproxima-se cada vez mais do cerne político do Palácio do Planalto. E estaria por causar estragos irreversíveis no governo Temer. Mesmo a hipótese de cassação da chapa Dilma-Temer, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também teria pesado na despedida de Serra.
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