No mercado cambial brasileiro, o dólar também caía. A moeda norte-americana declinava cerca de 1% ante o real. No pregão desta segunda-feira, prevaleceu o alívio dos investidores após o resultado do primeiro turno das eleições francesas
Por Redação, com agências internacionais – de Londres, Paris e São Paulo
O euro saltava ante o dólar após o primeiro turno da eleição presidencial francesa ficar em linha com as pesquisas de opinião, acalmando as preocupações do mercado sobre outro choque político sistêmico no segundo turno no próximo mês.
Medidas de volatilidade esperada do euro — que chegaram aos níveis mais altos em um ano antes da eleição — voltaram a níveis relativamente normais em torno de 8,5%, indicando redução da preocupação em relação às chances da nacionalista Marine Le Pen, que é contrária à União Europeia.
O euro chegou a avançar 2% após as indicações iniciais de que a votação deu a vitória ao centrista Emmanuel Macron, como previsto durante semanas.
Dólar e euro
As mesmas pesquisas mostram Macron derrotando Le Pen por cerca de 30 pontos percentuais daqui a duas semanas, e isso permitirá que os players do mercado que fizeram hedge ou desistiram de seus ativos da zona do euro voltem a comprar.
Mas com a moeda única reduzindo a alta a 1% nos primeiros negócios do pregão europeu, passou a haver incerteza sobre se o euro subirá mais com a chegada de investidores de fundos dos Estado Unidos mais tarde no dia.
— Eu gostaria de pensar que o euro poderia subir mais 1%. O patamar de US$ 1,10 parece muito importante para o euro. A questão é se há hedges que precisam ser cobertos, e então o euro pode ainda subir mais um pouco — disse Richard Benson, co-chefe de investimento de portfólio do fundo cambial Millennium Global.
Moeda japonesa
Às 7:07 (horário de Brasília), o euro avançava 1,31%, a US$ 1,0866, contra fechamento na sexta-feira de US$ 1,0837.
Com os mercados de forma geral mais confortáveis com o resultado da eleição, a forte saída de dinheiro da segurança do iene foi mais acentuada. A moeda japonesa chegou a cair 2% contra o euro e mais de 1% contra o dólar.
O dólar era negociado com alta de 1,07% ante a moeda japonesa, a 110,27 ienes. Já o índice do dólar contra uma cesta de moedas perdia 0,99%, a 98,988.
Primeiro turno
No mercado cambial brasileiro, o dólar também caía. A moeda norte-americana declinava cerca de 1% ante o real. No pregão desta segunda-feira, prevaleceu o alívio dos investidores após o resultado do primeiro turno das eleições francesas. As pesquisas indicando que o eleitorado deve eleger um governo de centro também ajudaram. A vitória da extrema-direita colocaria em risco a permanência da França na União Europeia.
Os investidores, entretanto, seguiam atento à cena política doméstica, sobretudo ao andamento da reforma da Previdência no Congresso.
Às 10:27, o dólar recuava 0,81%, a R$ 3,1318 na venda, depois de fechar a semana passada no patamar de R$ 3,15. O dólar futuro tinha baixa de 0,60%.
Extrema direita
Na véspera, o candidato de centro Emmanuel Macron deu um grande passo rumo à Presidência da França ao ganhar o primeiro turno das eleições, avançando para o segundo turno da votação em 7 de maio, contra a líder de extrema-direita Marine Le Pen.
Levantamento Opinionway nesta manhã colocou o concorrente de centro com vantagem de 61% contra 39% da adversária, de postura nacionalista.
“O receio com Le Pen era grande, especialmente em tempos de Brexit e Donald Trump (presidente dos Estados Unidos) se colocando como delicadas surpresas protecionistas nos dois lados do Atlântico”, informou a corretora H.Commcor em relatório a clientes, referindo-se à saída da Grã-Bretanha da União Europeia.
Estresse
Internamente, os investidores seguiam atentos ao noticiário político, diante das negociações para garantir a aprovação da reforma da Previdência, na próxima semana.
Na véspera, o presidente Michel Temer afirmou a líderes da base aliada e ministros que o projeto apresentado na comissão especial da Câmara dos Deputados na semana passada é a versão final, sinalizando que não há mais espaço para concessões e cobrando apoio para sua aprovação.
— Nesta terça-feira, o governo já vai ter um teste do que pode esperar da reforma da Previdência. Idem, com a votação da (reforma) trabalhista. Um adiamento ou derrota pode estressar os investidores — comentou o profissional da mesa de uma corretora local.
O projeto de reforma trabalhista pode ser votado em comissão especial nesta terça-feira. O tema teve sua urgência aprovada na semana passada.
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