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Rio: ato no Corcovado lembra seis anos do início da guerra na Síria

March 15, 2017 13:32 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O Brasil recebeu 2,5 mil refugiados sírios nesse período, o que corresponde a um quarto dos refugiados oficializados no país atualmente

Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:

Um ato para lembrar os seis anos da guerra na Síria reuniu na manhã desta quarta-feira, no Cristo Redentor, representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), do governo brasileiro, da Arquidiocese do Rio de Janeiro, artistas e famílias refugiadas que estão no Brasil. Ao discursar, a representante da Acnur, Isabel Marquez, destacou a situação de tragédia humanitária no país asiático e pediu o empenho internacional contra o agravamento da crise de refugiados.


Ato pela Paz” reune artistas e crianças refugiadas, no Cristo Redentor, nos seis anos de guerra na Síria

– O mundo vive uma crise de refugiados sem precedentes, pelo simples fato de que conflitos antigos coexistem com novas guerras. O que aumenta exponencialmente o número de pessoas que são forçadas a deixar as suas casas – disse ela, que lamentou que os refugiados tenham se tornado uma questão política. “Estamos em uma encruzilhada em relação à maneira como os refugiados são percebidos e como o mundo responde às suas necessidades. O mundo não pode mais virar as costas para a Síria nem levantar barreiras para quem precisa de ajuda humanitária”.

Desde o início da guerra na Síria, 6,3 milhões de pessoas deixaram suas casas. Se deslocaram internamente no país e 4,9 milhões buscaram refúgio em nações vizinhas ou em outros continentes. O Brasil recebeu 2,5 mil refugiados sírios nesse período, o que corresponde a um quarto dos refugiados oficializados no país atualmente.

Cerca de metade dos refugiados sírios mundo afora são crianças e jovens e escaparam de um país em que mais de 2 milhões de crianças estão fora da escola. E 6 milhões, necessitam de assistência humanitária. Até 2015, a ONU já havia contabilizado mais de 250 mil mortos no país. Uma pesquisa divulgada pela imprensa internacional no ano passado chegou a noticiar mais de 470 mil mortes. Número que é comparável à população de cidades brasileiras médias como Caxias do Sul, Vila Velha ou Florianópolis.

– O trauma na Síria vai para além de suas fronteiras. O fluxo de refugiados tem contribuído para um clima de grande ansiedade que vemos hoje em muitos países do mundo. Se não resolvermos os problemas, eles vêm até nós – alertou Isabel Marquez, que parabenizou o Brasil e a sociedade brasileira pela recepção aos refugiados.

O secretário Nacional de Justiça e presidente do Comitê Nacional para Refugiados, Gustavo Marrone. Ele disse que ainda há muito desconhecimento em relação ao termo “refugiado” no Brasil. Segundo ele, muitas pessoas o associam à prática de crimes de um estrangeiro em seu país de origem.

Com apenas 0,4% de sua população formada por imigrantes e um grande número de descendentes de diferentes nacionalidades. O Brasil é, na visão de Marrone, um país aberto a refugiados. “É  importante que a gente se preocupe não só em receber (os imigrantes). Mas em integrá-los à sociedade, para que possam viver como vivemos aqui, com nossos problema e nossas virtudes”.

Evento

Atores, atrizes e cantores acompanharam a manifestação, em que crianças refugiadas do Coro Infantil Coração Jolie cantaram com Elba Ramalho, Tiago Iorc, Maria Gadú e Maria Luiza. Famílias sírias acolhidas pela ONG I Know My Rights (Eu Conheço Meus Direitos, em tradução livre) acompanharam a manifestação diante do monumento do Corcovado  e contaram suas histórias.

– Primeiro fomos para o Egito, mas não conseguimos os documentos e viemos para cá. Minha cidade na Síria foi a primeira a entrar em guerra – conta Batul Alhalbaj, de 29 anos. Ela e o marido chegaram ao Brasil há dois anos e cinco meses com uma filha e tiveram mais dois filhos aqui.

Formada em enfermagem, ela lamenta ter dificuldade para conseguir trabalhar por causa do idioma. O marido, que é eletricista, aqui trabalha como garçom: “o grande problema para mim é a língua”.

Mãe de dois filhos, Tamador Faheraldeen, de 31 anos, também está desempregada. Ela e o marido deixaram a Síria para trás quatro meses depois de o conflito começar. “Saí da Síria porque tínhamos muito medo. Depois que a guerra começou, ficamos quatro meses, mas tivemos muito medo”, conta ela, que se sente bem recebida no Brasil. “Eu gosto de morar no Brasil. As pessoas têm um coração grande e ajudam muito a gente”.

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Source: http://www.correiodobrasil.com.br/rio-ato-no-corcovado-lembra-seis-anos-do-inicio-da-guerra-na-siria/

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