Homens Pink privilegia um diálogo original com a diversidade de corpos, linguagens e mentes de homens gays com mais de 60 anos, que vivem em São Paulo e Florianópolis.
Por Redação – do Rio de Janeiro
Estreia no Sesc Copacabana nesta sexta-feira, às 19h, a peça Homens Pink, trabalho da Cia La Vaca, sediada em Florianópolis, que está completando 15 anos de intenso trabalho em vários territórios das artes cênicas.
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Homens Pink privilegia um diálogo original com a diversidade de corpos, linguagens e mentes de homens gays com mais de 60 anos, que vivem em São Paulo e Florianópolis. O olhar central é o etarismo e seus desdobramentos na vida pública e privada. Em torno desse olhar, surge uma ousada oferta de acontecimentos que captura a atenção tanto do espectador do documentário como do espectador na plaeia da performance. Ambos os objetos criados se comunicam. O documentário, que foi contemplado pelo Rumos Itaú Cultural 2017/2018, está acessível no canal da La Vaca no Youtube https://www.youtube.com/playlist?list=PLryIHhr14Byr1rJq1fsvXQJ_1tdoJFn7q
Documentário
É a partir dos relatos do documentário que Turnes elabora a performance de teatro documentário Homens Pink, que antes de chegar ao Rio de Janeiro fez temporada no Sesc Belenzinho, em São Paulo. A temporada no Rio de Janeiro acontece através do edital Sesc Pulsar 2022/2023. Sessões acessíveis em Libras toda sextas-feira. La Vaca (www.cialavaca.com) é uma companhia brasileira de teatro criada pelos artistas Milena Moraes e Renato Turnes, em Florianópolis. Em 2008, a companhia iniciou sua trajetória estabelecendo parcerias com dramaturgos da nova cena latino-americana. Desenvolveu projetos que incluem linguagens diversas, expandindo a experiência com o palco tradicional para o teatro contemporâneo, intervenções urbanas, performance e audiovisual, firmando relações criativas e profissionais com artistas de outros coletivos. Em pouco mais de uma década de atuação, segue investindo na produção de trabalhos politicamente comprometidos, que buscam o diálogo potente com os espectadores.
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Renato Turnes está sempre às voltas com roteiros de cinema, livros, dramaturgia e ideias. Acaba de participar do livro Cartilagem, da Dark Side. Nele, divide com os também cineastas catarinenses Marko Martinez, Vander Colombo e arte do também consagrado ilustrador Eloar Guazzelli uma HQ de terror. Pesquisador do teatro popular, dirigiu documentários sobre circo-teatro, entre eles É Bucha! 40 anos do Teatro Biriba e publicou o livro O Baú do Biriba: dramas, sobre dramaturgia circense. Com especial interesse na ancestralidade LGBTQIA+, dirigiu espetáculos e filmes como Não Representadas, Finas & Caricatas e O Amigo do Meu Tio, e roteirizou curtas como Selma Depois da Chuva e os inéditos Bloco dos Corações Valentes e Da Cabeça Aos Pés.
Entre diversos prêmios recebeu a Medalha do Mérito Cultural Francisco Dias Velho, o Prêmio Waldir Brazil e o Troféu Isnard Azevedo em reconhecimento à sua trajetória como artista de teatro. Seu filme documentário Homens Pink, lançado em 2020, recebeu o Prêmio Especial do Júri no DIGO – Festival Internacional de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero – 2020 e o Prêmio de Melhor Média Metragem no Arquivo em Cartaz – Festival Internacional de Filmes de Arquivo 2020.
Mas agora a notícia é sobre Homens Pink. ”É um documentário que trata sobre memória da comunidade LGBTQIA+, que surgiu da minha inquietação pessoal, depois dos 40 anos. Foi quando resolvi procurar homens gays mais velhos que eu que me contassem suas histórias. Entrevistamos em Florianópolis e São Paulo um grupo de senhores gays dispostos a falar sobre vários temas. E a partir do depoimentos deles construímos esses dois objetos artísticos. O documentário e a peça são obras independentes que dialogam porque surgem da mesma fonte”, explica.
Comunidade LGBTQIA+
Segundo ele, a ideia inicial de falar das especificidades do envelhecimento dentro da comunidade LGBTQIA+ acabou se ampliando. “Percebi que estava falando de coisas muito mais abrangentes, sobre a ancestralidade, a partir dessas experiências individuais, representando uma experiência coletiva, que todos os membros da comunidade, de alguma forma, conseguem, se relacionar em algum momento. Fico muito contente com isso. O documentário colabora para uma reparação histórica ao resgatar narrativas de vozes que, durante tanto tempo, foram tão silenciadas”, analisa.
Serviço:
Homens Pink – Cia La Vaca
Direção artística, texto e performance: Renato Turnes
Datas: Entre os dias 9 de março e 2 de abril/2023
Dias da Semana: de quinta a domingo, às 19h.
Acessibilidade: às sextas-feiras a apresentação será acessível em LIBRAS
Horário: 19h
Local: Sala Multiuso do Sesc Copacabana
Ingressos: R$ 7,50 (associado do Sesc), R$ 15 (meia-entrada), R$ 30 (inteira)
Endereço: Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana, Rio de Janeiro – RJ
Informações: (21) 2547-0156
Bilheteria – Horário de funcionamento:
Terça a sexta – de 9h às 20h;
Sábados, domingos e feriados – das 13h30 às 20h.
Classificação indicativa: Não recomendado para menores de 14 anos.
Duração: 50 minutos
Lotação: 40 lugares
Gênero: Teatro documentário