Seguranças do supermercado, dois homens brancos, espancaram cliente, que teria discutido com uma caixa. Carrefour chama ato de criminoso e anuncia fim do contrato com empresa de segurança.
Por Redação, com DW – de Porto Alegre
Um homem negro de 40 anos morreu após ser espancado na noite de quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra, no estacionamento de um supermercado Carrefour, no bairro Passo d’Areia, na Zona Norte de Porto Alegre.
Rede varejista lamenta ocorrido, promete rigorosa apuração interna e providências para punição dos responsáveisA vítima, identificada como João Alberto Silveira Freitas, teria discutido com uma caixa do supermercado e sido levado para fora do estabelecimento. As imagens da agressão circulam nas mídias sociais.
Segundo a Brigada Militar, denominação da Polícia Militar no Rio Grande do Sul, a vítima, que fazia compras com sua mulher, teria ameaçado agredir a funcionária, que acionou a equipe de segurança.
Homens brancos
Dois suspeitos pelo crime, dois homens brancos, um de 24 anos e outro de 30 anos, foram presos em flagrante. Um deles é policial militar, tendo sido levado para um presídio militar. O outro é segurança da loja e está num prédio da Polícia Civil. A investigação trata o crime como homicídio qualificado.
Conforme a BM, que atendeu a ocorrência inicialmente, a vítima teria agredido a dupla por não aceitar sair do local. Já testemunhas que estavam no supermercado dizem que o homem foi seguido e agredido na saída.
Vídeos nas redes sociais mostram cenas em que dois homens derrubam Freitas, e um deles dá vários socos na cabeça da vítima. Em outro vídeo, os dois homens imobilizam a vítima, já ensanguentada, no chão, enquanto uma funcionária tenta evitar a gravação e afirma que Freitas havia batido numa fiscal.
Ato criminoso
O Carrefour afirmou, em nota, lamentar profundamente o caso, que iniciou rigorosa apuração interna e tomou providências para que os responsáveis sejam punidos legalmente. A empresa atribuiu a agressão aos seguranças, chamou o ato de criminoso e anunciou o rompimento do contrato com a empresa responsável pelos funcionários.
A BM comunicou que o PM envolvido é “temporário” e estava fora do seu horário de trabalho, afirmando que as atribuições dele na corporação são limitadas à “execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento” e “guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos”. A Brigada não disse o que ele fazia no mercado, mas há relatos de testemunhas de que ele trabalhava como segurança no Carrefour.