O tratamento recebido pelos acampados que tentaram efetuar a denúncia na delegacia evidencia o atrelamento entre Capital no campo, Polícia e Justiça, Ministério Público, no Estado de Goiás
Por Redação, com Vermelho – de Brasília:
A polícia de Goiás ainda não prendeu os autores dos disparos contra o acampamento dos sem-terra. Numa ação miliciana, os atiradores fugiram deixando cair um pente carregado de munição, que foi prontamente encaminhado à delegacia para denúncia.

A polícia de Goiás ainda não prendeu os autores dos disparos contra o acampamento dos sem-terra
O tratamento recebido pelos acampados que tentaram efetuar a denúncia na delegacia evidencia o atrelamento. Entre Capital no campo, Polícia e Justiça, Ministério Público, no Estado de Goiás.
Mesmo sendo vítimas de um atentado violento com arma de fogo. Os agricultores foram hostilizados na delegacia de Santa Helena pelos policiais, que não lavraram a entrega do pente de munição. Demonstraram claro descaso pelo ocorrido. É esse mesmo consórcio em favor do latifúndio que tem emcampado uma verdadeira caça às bruxas aos militantes do MST em Goiás. Criminalizando a luta por Reforma Agrária.
Leia a denúncia do Movimento no Estado:
A direção do MST-GO denuncia o atentado praticado pela Usina Santa Helena contra o acampamento Leonir Orbak. Nesse último dia 4, no final da tarde. Dois vigilantes fardados da Usina se aproximaram do acampamento e efetuaram vários disparos de pistola.
Os tiros foram efetuados em direção de um grupo de famílias onde, inclusive, haviam crianças. Após mobilização dos acampados, os atiradores fugiram, mas deixaram cair um pente de munição.
Imediatamente ao ocorrido a direção do acampamento se articulou com o Núcleo de Direitos Humanos de Rio Verde e Região e se dirigiu à delegacia de Santa Helena para efetuar o Boletim de Ocorrência e cobrar providências.
Houve claro descaso com a denuncia, não sendo lavrado a entrega do pente de municação. E até o presente momento o delegado da região não deu qualquer informação. Tampouco providenciou diligências para conseguir outras provas do atentado.
O conflito com a Usina Santa Helena, integrante do Grupo Naoum, devedor de R$ 1,1 bilhão aos trabalhadores e à União, vem ocorrendo desde 2015. Quando mais de 4 mil famílias do MST ocuparam diversas áreas que foram arrecadadas pela União junto à Usina.
Usina
O juiz da comarca, Thiago Boghi, e o Ministério Público Estadual da região já demonstraram seu total comprometimento com os interesses da usina. Iniciando inclusive a perseguição aos militantes do MST na região.
Resultou na prisão, no dia 14 de abril de 2016, de Luis Batista Borges, que continua preso e na prisão de José Valdir Misnerovicz, que ficou 143 dias preso. Sendo solto via habeas corpus expedido pelo STJ. O mesmo processo também busca prender Natalino e Diessyka, exilados da luta pela reforma agrária.
Em denuncia contra a perseguição ao MST e reivindicando a desapropriação da Usina. As famílias sem terra ocuparam a fazenda Ouro Branco. Próxima a área industrial da Usina, no dia 31 de julho de 2016 e lá permanecem graças a decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, que suspendeu a reintegração de posse emitida pelo juiz Thiago Boghi.
Em homenagem ao lutador Sem Terra Leonir Orbak, tombado na luta no centro oeste do Paraná em 02 de abril deste ano. O acampamento recebeu seu nome, e já está produzindo grande variedade de alimentos agroecológicos.
Reafirmamos o nosso compromisso com a transformação do latifúndio da Usina Santa Helena em assentamento da Reforma Agrária e resistiremos a qualquer tentativa covarde de impedir nossa luta.
O post Sem-terra sofrem atentado à bala e PM de Goiás ignora violência apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.