Ir al contenido

Correio do Brasil

Regresar a CdB
Full screen Sugerir un artículo

Serra alvo de nova investigação e PSDB perde outro presidenciável

abril 3, 2017 14:23 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
Viewed 58 times

Citado em acusações diretas de delatores da Lava Jato, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) tem sido considerado carta fora do baralho para as eleições presidenciais marcadas para outubro do ano que vem. Caso ocorram, um de seus possíveis substitutos, o senador José Serra (PSDB-SP) também entra na alça de mira dos investigadores

 

Por Redação – de São Paulo

 

O senador José Serra (PSDB-SP), que ocupava o Ministério das Relações Exteriores do presidente de facto, Michel Temer, até mês passado, foi novamente citado por um delator. Pedro Novis, ex-presidente da Construtora Noberto Odebrecht, confessou ter feito depósito, superior a R$ 2 milhão, para o tucano. Segundo informação vazada para a mídia conservadora ”a operação envolve o empresário José Amaro Ramos e a conta de uma parente de Serra”. 

Serra, ao lado dos tucanos Alckmin e Neves, responde a processos no âmbito da Operação Lava Jato

Serra, ao lado dos tucanos Alckmin e Neves, responde a processos no âmbito da Operação Lava Jato

A delação soma-se a outra denúncia. A de que Serra teria recebido R$ 23 milhões em uma conta secreta na Suíça. O dinheiro seria originário de propina da Odebrecht em obras estatais. O recurso teria sido transferido por Ronaldo Cezar Coelho (PSDB-RJ), empresário que colabora com as campanhas do tucano paulista e ex-deputado federal. O dinheiro circulou na tentativa frustrada de Serra para chegar ao Palácio do Planalto, em 2010.

Como observou a colunista Helena Sthephanowitz, da Rede Brasil Atual (RBA), os “detalhes da delação de Pedro Novis (…) caíram como uma bomba no ninho tucano e deixaram penas chamuscadas”.

Lobista conhecido

“Novis contou no Ministério Publico Federal que além dos R$ 23 milhões transferidos pela construtora de uma conta na suíça, para a campanha presidencial de José Serra, um outro depósito de alguns milhões, foi feito para o senador tucano. Sem especificar o valor, Novis afirmou que a operação envolve a conta de uma parente de Serra e o empresário José Amaro Pinto Ramos”, acrescentou a jornalista.

José Amaro Pinto Ramos é um conhecido lobista internacional, amigo de empreiteiros, ligado aos tucanos. Ele já foi indiciado pelo Ministério Público da Suíça por crimes de lavagem de dinheiro, corrupção de agentes públicos e pagamento de propina nos escândalos de corrupção nas gestões tucanas no Estado de São Paulo – pelo consórcio encabeçado pela alemã Siemens e a francesa Alstom, em 27 anos de negócios com os governos do PSDB e congêneres.

O pedido de investigação se baseou na Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção. A informação consta de relatório do Ministério Público da Confederação Helvética (MPC), Zurique, Suíça, datado de 21 de fevereiro de 2011. O processo SV 10.0173-LEN, foi aberto em 7 de outubro de 2008. O dossiê da Suíça foi enviado ao Brasil em fevereiro de 2011 “e, na época, engavetado pelo procurador Rodrigo de Grandis”, relembra Sthephanowitz.

Cifras milionárias

José Amaro Pinto Ramos foi sócio de uma empresa cujo acionista é detentor de contratos milionários nas administrações dos governos do PSDB em São Paulo, inclusive na gestão do governador Geraldo Alckmin (PSDB). A empresa é especializada em engenharia civil, com atuação na construção de obras para áreas públicas. É dona, atualmente, de dezenas de contratos com a Sabesp, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee). As cifras alcançam a casa dos milhões de reais.

“Ramos consta também como sócio três empresas: a Epcint Desenvolvimento de Negócios Ltda., a Epcint Assessoria Técnica Ltda., ambas com sede na capital paulista, e a IES Informática e Sistemas Ltda., com endereço no Rio de Janeiro”, apurou a jornalista.

Segundo o levantamento a Epcint de Amaro Ramos é sócia da empresa Aratec, da qual fazia parte o vice-almirante reformado da Marinha Othon Pinheiro da Silva. Ele exerceu a Presidência da estatal Eletronuclear, e hoje está preso em um complexo militar, na Baixada Fluminense. Othon e José Amaro são sócios também da companhia Hydro Geradores e Energia. No quadro social da Hydro há outras duas empresas, BBT Energia e Emexport.

Multinacionais

José Amaro Pinto Ramos, encerrou as atividades de outras empresa, a Sysdef Consultoria Ltda. e da Epcint Importação & Exportação Ltda. Com esta última, atuava no exterior, especialmente nos EUA, “com intermediação de contatos políticos para a cúpula tucana”, levantou Sthephanowitz. “Em 1990, ele atuou como consultor da Alstom na contratação de crédito externo para a compra de trens do metrô pelo governo tucano em São Paulo.Com escritórios nos Estados Unidos e na França, José Amaro figura entre os principais lobistas do Brasil. Trabalha para multinacionais, em especial em contratos com o poder público”, acrescenta.

“Nas investigações feitas no Brasil pela Polícia Federal e Ministério Público Federal, em 2013, Pinto Ramos aparecia como dono de seis empresas com atuação nacional e internacional e uma rede de negócios amparada nas relações políticas. Pinto Ramos se aproximou do governo paulista já na redemocratização, atravessou as gestões de Franco Motoro, Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury intermediando negócios, mas firmou-se mesmo como personagem de bastidor e operador nos governos do PSDB”, pontuou.

Em 2013, reportagem em um site de notícias descrevia Pinto Ramos como “amigo fraterno” do falecido ex-ministro Sérgio Motta. Tratava-se de um relacionamento com início anterior à chegada do PSDB ao Palácio do Planalto. Antes de assumir o governo paulista, em 1994. Em 1993, durante a posse do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, o empresário apresentou Motta ao marqueteiro James Carville. Trata-se de um estrategista em eleições que, mais tarde, viria prestar assessoria à campanha de Fernando Henrique.

Jantar a FHC

No mesmo dia da posse de Clinton, Pinto Ramos ofereceu um jantar a Fernando Henrique. Na época, era chanceler do Brasil. Participou também o empresário Jack Cizain, ex-diretor da Alstom. Três anos depois, o próprio Cizain compraria a Ligth. Ele fez o lance como representante da Electricité de France (EDF), integrante do consórcio que ganhou o leilão de privatização. A estatal fluminense foi dirigida por José Luiz Alquéres, ex presidente da Alstom, também apontado como suspeito no esquema.

Pinto Ramos se especializou na prestação de serviços de energia e transporte sobre trilhos. E, por conta dos negócios com estatais, respondeu por denúncias de recebimento de propinas da Alstom. Em uma das ações, arquivada, chegou a ser acusado por formação de quadrilha e falsidade ideológica. A ação foi respondida junto com o ex-presidente do Metrô na gestão do ex-governador Orestes Quércia, Antônio Sérgio Fernandes.

Em 1995, segundo reportagem da revista US News & World Report, Pinto Ramos foi investigado pelo FBI no caso de corrupção envolvendo o secretário de Comércio de Bill Clinton, Ron Brawn. A atuação do empresário se estende também a negócios brasileiros na Europa, Japão e União Soviética.

Em uma entrevista em 2008, José Amaro Pinto Ramos disse que trabalhou para a Alstom. E que uma de suas empresas foi contratada no início dos anos de 1990 pelo consórcio Mafersa/Villares. Mais tarde, o grupo foi arrendado pela Alstom, para estruturar “um complexo crédito externo”. A operação garantiria a produção nacional de trens para a Linha 2 do Metrô de São Paulo. O caso é alvo de investigação na Polícia Federal.

O post Serra alvo de nova investigação e PSDB perde outro presidenciável apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.


Origen: http://www.correiodobrasil.com.br/serra-investigacao-psdb-perde-presidenciavel/

Rede Correio do Brasil

Mais Notícias