Tunisiano Anis Amri, principal suspeito pelo atentado a feira de Natal, é morto por policiais numa cidade nos arredores de Milão, confirmam autoridades italianas. Identidade dele é confirmada por impressões digitais
Por Redação, com DW – de Berlim:
O tunisiano Anis Amri, principal suspeito pelo atentado a feira de Natal em Berlim, foi morto durante um tiroteio com policiais na cidade de Sesto San Giovanni, nos arredores de Milão, disseram nesta sexta-feira autoridades italianas, confirmando notícia divulgada pela imprensa local minutos antes.

O tunisiano Anis Amri, principal suspeito pelo atentado a feira de Natal em Berlim, foi morto durante um tiroteio com policiais
Impressões digitais confirmaram a identidade de Amri. Afirmou o ministro italiano do Interior, Marco Minniti, durante entrevista à imprensa em Roma.
Segundo as autoridades italianas. Amri foi parado entre as 3h e 3h30 (horário local) por dois policiais num controle de documentos. Ele estava andando sozinho. Ao ser abordado, o jovem puxou uma arma calibre 22 e feriu um dos policiais no ombro. O outro então disparou contra ele, matando-o a tiros. O policial ferido foi levado a um hospital e não corre risco de vida.
Segundo o chefe da polícia antiterrorismo, Alberto Nobili, no corpo de Amri foi encontrada uma passagem de trem que pode ajudar a reconstruir os movimentos dele. Ele pegou um trem em Chambéry, na França, e foi para Turim, de onde se deslocou para a região de Milão. Ele chegou à estação central de Sesto San Giovani por volta da 1h. Amri morou durante vários anos na Itália. Onde também cumpriu pena de prisão.
O ataque à feira de Natal do bairro Charlottenburg, na noite de segunda-feira, deixou 12 pessoas mortas e mais de 50 feridos. Um caminhão avançou sobre as barracas da feira. Amri é o principal suspeito de ser o condutor do caminhão.
Os passos de Anis Amri na Europa
O tunisiano Anis Amri, de 24 anos, foi o homem mais procurado da Europa. A Alemanha ofereceu 100 mil euros por informações que levassem à sua captura depois que ele se tornou o principal suspeito do atentado num mercado de Natal em Berlim.
Já está claro que o tunisiano era conhecido não apenas pelas autoridades da Alemanha. Mas também da Itália, onde ficou preso por quatro anos.
A cronologia abaixo mostra os principais passos de Amri desde que deixou a Tunísia rumo à Europa:
Início de 2011: Amri deixou a Tunísia. Na época, ele era procurado no país por assalto à mão armada. Mais tarde, um tribunal tunisiano o julgou in absentia, e o condenou a cinco anos de prisão.
Fevereiro de 2011: Amri chegou à Itália junto com milhares de tunisianos que cruzaram o Mediterrâneo na sequência da Primavera Árabe. Segundo informações da agência de notícias italiana Ansa. Ele viveu durante vários meses num centro juvenil próximo a Catânia, na Sicília.
Outubro de 2011: O jovem tunisiano foi preso junto com outros três conterrâneos sob suspeita de incêndio, assalto, intimidação e fraude. Conforme informou o jornal italiano Corriere della Sera.
Ele foi sentenciado a quatro anos de prisão. Parte da pena foi cumprida em Catânia, e o restante na prisão de Ucciardone, em Palermo. Como detento, ele mostrou ser violento. Mas não pareceu ter-se radicalizado. Segundo fontes de segurança citadas pelas Ansa.
Violento
Meados de 2015: Amri deixou a prisão e recebeu uma ordem de repatriação. Mas as autoridades tunisianas não responderam a tempo às autoridades italianas. Ele foi liberado com ordens para deixar a Itália por conta própria.
Setembro de 2015: Amri entrou na Alemanha pela cidade de Freiburg, no sudoeste do país, próxima às fronteiras da França e da Suíça. Ele pediu refúgio usando diferentes nomes e nacionalidades. Incluindo marroquina, egípcia e libanesa. Passou alguns meses no Estado da Renânia do Norte-Vestfália, no oeste do país.
Durante esse período, ele supostamente manteve contato com Abu Walaa. Ele é acusado de ser o líder de um grupo que teria recrutado pessoas e fornecido apoio financeiro e logístico ao grupo extremista “Estado Islâmico” (EI).
Fevereiro de 2016: O tunisiano se mudou para Berlim. Na capital, ele ficou sob a mira das autoridades por tráfico de drogas no Gorlitzer Park e também por se envolver numa briga de bar.
Março de 2016: Amri tornou-se alvo de uma investigação sobre terrorismo. Promotores alemães afirmaram que ele planejava realizar um roubo para juntar dinheiro e comprar armas automáticas. “Possivelmente para cometer um ataque com cúmplices”. A investigação foi suspensa em setembro devido à falta de evidências.
Junho de 2016: O pedido de refúgio de Amri foi recusado pelas autoridades alemãs e ele deveria ser deportado. A deportação não ocorreu devido a problemas burocráticos com a Tunísia. Amri não tinha documentos que provassem que ele era tunisiano. A Tunísia inicialmente negou que ele fosse.
Deportação
Os documentos necessários para a deportação chegaram na quarta-feira, dois dias depois do ataque em Berlim. Segundo autoridades do Estado da Renânia do Norte-Vestfália.
Novembro de 2016: As autoridades alemãs trocaram informações sobre Amri no Centro Antiextremismo e Antiterrorismo do país (GETZ, na sigla em alemão), em Berlim.
Dezembro de 2016: As autoridades alemãs perderam qualquer sinal de Amri. Suspeita-se que nessa época o tunisiano tenha mantido contato com salafistas no Estado da Renânia do Norte-Vestfália.
No dia 19 de dezembro de 2016: Um grande caminhão carregado de aço foi jogado contra a multidão num mercado de Natal no Centro de Berlim, deixando pessoas mortas e outras feridas. Amri tornou-se o principal suspeito no caso depois que documentos dele foram encontrados no veículo.
O post Suspeito de atentado em Berlim é morto a tiros na Itália apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.