A necessidade de enfrentar a desindustrialização precoce que assola o Brasil, o que implica mudanças nas diretrizes macroeconômicas e a implantação de uma correta e efetiva política industrial, vem sendo afirmada há tempos pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE)
Por Murilo Pinheiro – de São Paulo:
O tema integra o projeto “Cresce Brasil, Engenharia, Desenvolvimento”. Desde o ano passado, é também agenda essencial do movimento “Engenharia Unida”, que engloba inúmeras entidades representativas dos profissionais da área tecnológica.

Tarefa essencial, recuperar a indústria nacional
Essa mobilização fortaleceu-se com o lançamento da Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional. Encabeçada pelo deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL). Ganhou musculatura também a partir da reunião realizada no dia 23 de janeiro, na sede da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), em São Paulo.
Na ocasião, ficou clara a necessidade urgente de mudanças que estimulem o setor produtivo brasileiro, que precisa ganhar eficiência. Buscar inovação e ganhos de produtividade. Mas não pode ser simplesmente deixado à deriva em benefício das empresas estrangeiras.
Para além de enfraquecer a nossa economia, isso é um ataque à nossa soberania e um impedimento à nossa inserção autônoma na globalização.
Essa dinâmica atinge ainda de forma desastrosa a nossa engenharia e os seus profissionais, que também se veem vítimas do resultado mais grave deste quadro. O desemprego que já atinge cerca de 13 milhões de pessoas.
Segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2016. Foram eliminados 1,3 milhão de empregos no país. Desses, 322,5 mil foram postos fechados na indústria e 358,7 mil na construção civil. Até novembro passado, na área de engenharia especificamente, o saldo negativo era de 18.272, que se somaram aos 20.743 do ano anterior.
Produção
Ou seja, mantida a lógica atual, de desnacionalização da produção, exportação de empregos e favorecimento à especulação financeira. Eliminam-se as possibilidades de o Brasil alcançar níveis adequados de desenvolvimento.
Tal cenário de disfunção econômica, associado a medidas de redução da seguridade social e de retirada de direitos trabalhistas. Pode nos levar a uma situação extremamente negativa. Com as condições de vida da população absolutamente deterioradas. Se seguirmos por esse caminho, em vez de avançar o muito que precisamos, retrocederemos ainda mais.
Diante disso, a FNE defende uma forte mobilização social para fazer com que os poderes constituídos ajam em benefício do Brasil e do seu povo.
Murilo Pinheiro é presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do Sindicato dos Engenheiros no Estado de São Paulo (SEESP)
O post Tarefa essencial, recuperar a indústria nacional apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.