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Temer acredita que haverá instabilidade política, caso seja deposto

17 de Janeiro de 2017, 14:25 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Na condição de um dos políticos mais rejeitados pela população, Temer voltou a negar que possa ser candidato à reeleição em 2018. Ele nega sua participação no pleito, mesmo que consiga recuperar a economia

 

Por Redação – de Brasília

 

Pressionado pela opinião pública a deixar o cargo, diante da campanha #ForaTemer, o presidente de facto, Michel Temer, teme por sua deposição. Temer admitiu, no entanto, sua preocupação com a instabilidade que uma eventual nova mudança de governo poderia trazer ao país. Ele é réu no Tribunal Superior Eleitoral, que poderá decidir pela cassação do seu mandato.

O presidente de facto Michel Temer

O presidente de facto, Michel Temer, mesmo como a pior avaliação política das últimas décadas para alguém neste cargo, diz que não pensa em ser candidato

Questionado se o país teria condições de passar por uma nova troca de presidente, Temer foi cauteloso ao responder, ressalvando que uma manifestação poderia parecer que estaria falando em causa própria, mas reconheceu que a decisão traria impacto para o país.

— A pergunta já induz a uma preocupação. Imagine, uma nova eleição, um novo presidente em um mandato de quatro anos. Realmente há uma preocupação… com a qual eu concordo — disse.

Candidatura

Na condição de um dos políticos mais rejeitados pela população, Temer voltou a negar que possa ser candidato à reeleição em 2018. Ele nega sua participação no pleito, mesmo que consiga recuperar a economia e seu partido, o PMDB, peça que aceite o encargo.

— Eu espero apenas cumprir essa tarefa e deixar que meu sucessor possa encontrar um país mais tranquilo — disse.

Temer não negou, em entrevista à agência inglesa de notícias Reuters, nesta terça-feira, no Palácio do Planalto, que o PMDB possa apresentar um nome. Mas afirma que é “muito cedo para isso”. Ele lembrou, ainda, que tem uma base ampla, de onde pode sair mais de um candidato. Mas previu que a discussão só virá à luz, “lá por maio do ano que vem”.

Em um ano que deve trazer à tona mais delações premiadas da operação Lava Jato, que podem atingir diretamente a base do governo, Temer tentou não mostrar preocupação com os efeitos que as denúncias possam ter sobre sua administração.

Ao ser questionado se há possibilidade das investigações desestabilizarem seu governo, respondeu:

— Zero. Não há a menor possibilidade disso.

Investimento estrangeiro

As informações das delações da empreiteira Odebrecht reveladas até agora apontam para diversos acusados de irregularidades, incluindo alguns nomes próximos a Temer. Entre eles, o ex-ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o secretário-executivo do Programa de Parcerias de Investimentos, Wellington Moreira Franco. Todos negam envolvimento.

No cenário internacional, Temer descartou que o governo possa ter dificuldades com o mandato do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o presidente, as relações entre os países são institucionais.

Disse ainda que, embora Trump não tenha assumido, até o momento não está vendo “nenhum gesto que comprometa o investimento norte-americano aqui no Brasil”.

Desemprego

O ocupante do cargo, após a deposição da presidenta eleita Dilma Rousseff, diz que sua maior preocupação é o desemprego. Mas admite que a retomada das contratações pode demorar. Mesmo com a esperada recuperação da economia, as empresas têm capacidade ociosa a preencher antes de retomarem contratações.

— Nós temos que nos ater muito à questão do desemprego. Essa é a principal preocupação. E isto significa o crescimento da economia — afirmou.

No trimestre encerrado em novembro, último dado disponível, a taxa de desemprego do país estava em 11,9%, atingindo um recorde de 12,1 milhões de pessoas.

O entrevistado aposta em uma retomada do crescimento econômico no segundo semestre deste ano. Mas admite que não deve haver um retorno das contratações no mesmo ritmo.

— Acho que este ano o país cresce a partir do segundo semestre. Mas não vamos também nos iludir que logo agora vamos ter a solução para todos os problemas, por uma razão muito singela. Muitas empresas demitiram, mas muitas mantiveram sua capacidade ociosa — arrisca-se.

Previdência

O peemedebista também admitiu que as reformas propostas são difíceis, especialmente a da Previdência. Ele prevê uma onda de protestos, mas acredita que possa negociar alguns temas. A idade mínima de 65 anos, no entanto, está fora de questão.

— Evidentemente, o caso da idade fica difícil você negociar. A idade é fundamental para esta reforma — afirmou.

O governo aceita negociar outros pontos polêmicos que já foram citados por líderes no Congresso como difíceis de serem aprovados. Entre eles, a desvinculação do Benefício de Prestação Continuada, a pessoas com deficiência. O reajuste do salário mínimo e a necessidade de contribuição de 49 anos para que o trabalhador receba o valor máximo da aposentadoria são outros pontos polêmicos.

— Em vários países a regra tem sido essa. Você não ganha aposentadoria integral, ganha uma aposentaria parcial. Mas isso vai ser debatido lá. Se o Congresso decidir de outra maneira, tem que se cumprir — disse.

Temer garantiu que a reforma da Previdência, que começará a ser discutida a partir de fevereiro em uma comissão especial, será aprovada este ano. E defendeu ainda a discussão da reforma trabalhista, também já apresentada pelo governo.

— Este é um governo de reformas e sendo um governo de reformas é um governo preparatório para o governo que virá em 2018 — concluiu.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/temer-acredita-instabilidade-politica-deposto/

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