Presidente do TSE, o ministro Gilmar Mendes já havia anunciado, na véspera, que o julgamento da chapa Dilma-Temer terá início na manhã da próxima terça-feira

Por Redação – de Brasília

A ação que poderá determinar o afastamento do presidente de facto, Michel Temer (PMDB), teria recebido um apoio de peso, nesta quarta-feira. Informações vazadas a um dos diários conservadores paulistanos apontam para a entrega, por parte do Ministério Público Eleitoral (MPE) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do pedido de cassação de Temer e a inelegibilidade da presidenta deposta Dilma Rousseff (PT).

Para Temer, os dias estão contados até o início do julgamento no TSE

Presidente do TSE, o ministro Gilmar Mendes já havia anunciado, na véspera, que o julgamento da chapa Dilma-Temer terá início na manhã da próxima terça-feira. Mendes informou, ainda, que os ministros da Corte concordaram em reservar quatro sessões para julgar o caso.

Na mesma terça-feira em que se iniciará o julgamento, o Plenário do TSE se reunirá à noite, a partir das 19h, para dar continuidade à pauta. Haverá, ainda, uma sessão extraordinária na noite de quarta. Na sessão de quinta-feira, pela manhã, os ministros esperam concluir o julgamento.

Caso a maioria dos ministros do TSE acompanhem o voto do relator, pela cassação de Temer, o processo será, provavelmente, levado ao Supremo Tribunal Federal (STF), por consequência de apelação por parte dos advogados do mandatário eventual. A defesa do réu informou a jornalistas que somente se manifestará sobre o parecer no julgamento. A defesa de Dilma não se manifestou.

Sentiu o tranco

A apenas uma semana de, possivelmente, perder o mandato e diante dos piores índices de popularidade já experimentados por qualquer mandatário brasileiro, Temer já admite a aliados que a pressão é imensa. Temer, segundo um daqueles diários paulistanos, teria feito um “desabafo”, durante reunião com integrantes da base aliada, no Palácio do Planalto.

Na noite passada, o peemedebista reconheceu que é penoso chegar a apenas 10% de aprovação popular, com 90% dos brasileiros dispostos a apeá-lo do poder.

Na reunião, ainda segundo o jornal, que cita “parlamentares presentes”, Temer fez questão de destacar que tem trabalhado muito, acordado cedo e seguido com o expediente até altas horas. Diante de uma possível derrota na Câmara, o que selaria seu destino no TSE, Temer foi aconselhado a “flexibilizar as novas regras para aposentadoria rural, evitando equipará-la com a urbana”. Seria um aceno para a crescente oposição, disseram os interlocutores.

Relatório contundente

A rapidez com que o relator do processo contra a chapa Dilma-Temer, Hermann Benjamin, entregou seu voto da ação obrigou o presidente do TSE, Gilmar Mendes, a acelerar a pauta. Iniciar, já na semana que vem, o julgamento. Isso dificultou os planos de Temer de tentar atrasar, ao máximo, o julgamento. Ele tentava, assim, conseguir tempo suficiente para trocar dois dos sete juízes da corte por nomes de sua confiança.

A tentativa de manobra dos advogados de Temer foram descobertas e até o jornalista Hélio Fernandes, de extrema-direita, na edição online do jornal Tribuna da Imprensa, não deixa margem para dúvidas.

“A situação do TSE complicou de maneira nunca vista. Não apenas para Temer, mas também para Gilmar Mendes. O relator Herman Benjamin entregou seu voto, duramente a favor da cassação. Pediu pauta, decisão exclusiva do presidente. Sem prazo determinado. O TSE tem duas datas chaves: o fim do mandato dos Ministros Henrique Neves e Luciana Lossio. Ele em abril, ela em maio. Se votarem, Temer estará inapelavelmente cassado.

“Os obstáculos para a votação agora, são enormes. Mas Gilmar Mendes tem um passado capaz de transpor todos. Só para resumir. Há três anos, votação no plenário do Supremo. Gilmar tinha interesse numa votação. Na sua vez de votar, 6 a 1 contra ele. Não se incomodou. Pediu vista, mesmo com o resultado já definido. Guardou o processo, viajou, devolveu 14 meses depois.
O TSE é a favor da cassação. Mas Gilmar Mendes contra. E ele é o todo poderoso presidente. Da solução desse dilema, surgirá o placar definitivo”, concluiu.

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