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Temer, Gilmar Mendes, FHC e Cármen Lúcia combinam o que será do Brasil

14 de Outubro de 2016, 13:56 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Nesta sexta-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, anunciou um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e novamente ele, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes

 

Por Gilberto de Souza – do Rio de Janeiro

 

Uma série de reuniões públicas, como não poderiam deixar de ser, entre outras nem tão públicas assim, tem chamado a atenção dos analistas políticos, nos últimos dias. Primeiramente, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), e o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, reúnem-se com o presidente de facto, Michel Temer. A presença de Mendes foi uma surpresa vazada para a mídia, que o levou a um pronunciamento inesperado. Desconversou. Disse tratar-se de uma “conversa entre amigos”.

Gilmar Mendes e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, reuniram-se nesta sexta-feira com o ministro da Fazenda

Gilmar Mendes e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, reuniram-se nesta sexta-feira com o ministro da Fazenda

Nesta sexta-feira, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, anunciou um encontro com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e novamente ele, o presidente do TSE, ministro Gilmar Mendes. O STF não informou a pauta do encontro. Da mesma forma que, na reunião anterior, com a presença de FHC, nada foi dito sobre o conteúdo da conversa.

Cinco ações

Desconfiado, o experimentado jornalista de política Ricardo Kotscho comenta, em seu blog, ser algo natural um encontro entre Temer e FHC, “ainda a principal liderança do PSDB, para um almoço no Palácio do Jaburu. Em outros países civilizados, é comum o encontro entre presidentes com seus antecessores para discutirem os rumos do país”.

Kotscho ressalta, no entanto, a presença de Mendes no regabofes. “O que mais chamou a atenção, porém, neste primeiro encontro entre os dois após o impeachment, por não ser tão natural nem comum, foi a participação nas conversas do ministro Gilmar Mendes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral”, disse.

“Entre outros motivos, porque  estão nas mãos de Gilmar, aguardando julgamento, cinco ações contra a chapa Dilma Rousseff-Michel Temer”, lembra Kotscho. As ações visam a cassação de ambos por supostas irregularidades cometidas na campanha presidencial de 2014. “Detalhe: um dos autores destas ações é o PSDB de FHC”, acrescenta o jornalista.

No comando dos trabalhos, no STF, estará a ministra Cármen Lúcia.

Eleições indiretas

O quadro político brasileiro ainda guarda mais incertezas do que os atuais ocupantes do Palácio do Planalto gostariam. Tantas reuniões entre personagens interligadas no mesmo fio condutor de possíveis eleições indiretas, no ano que vem, sugerem o aumento na velocidade dos próximos lances. Agora, cada vez mais próximos do recesso de fim de ano. Os rumos, no entanto, já estariam estabelecidos.

No último sábado, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) denunciou, em uma rede social, que está em curso uma ofensiva para a cassação de Michel Temer, no ano que vem. Sem citar nomes, Requião alerta que a “os tucanos” lideram o golpe, dentro do golpe. No caso, o golpe conta com o apoio explícito de Temer, que já reafirmou, algumas vezes, não ter qualquer apreço ao cargo.

— Se chegar a 5% de popularidade mas resolver o problema do Brasil, já me dou por satisfeito — disse Temer, em recente entrevista.

No mesmo bordão, questionado sobre a possível cassação da chapa Dilma-Temer, este último afirmou, sem pestanejar, que cumpriria o que determinasse a Justiça Eleitoral, presidida por seu conviva no almoço com FHC, autor da denúncia ao TSE.

Sucessão de Temer

“Importante líder e articulador do impeachment me assegura: ‘Requião, tiramos o Temer no começo do ano’, disse o senador paranaense, em uma rede social. “Ao que tudo indica, golpistas e seus patrocinadores pretendem sacar Temer no próximo ano, para eleger indiretamente presidente. Quem seria?”, questiona o senador.

O ex-governador do Paraná acredita que julgamento da chapa Dilma-Temer deverá ocorrer ao longo de 2017. Os cálculos são, mais uma vez, do ministro Gilmar Mendes. Se o TSE decidir pela condenação, a Constituição prevê a realização de eleição indireta à sucessão de Temer. Caso houvesse a condenação, ainda este ano, a Constituição prevê a eleição direta para a escolha do novo presidente da República. Seria algo impensável, diante do quatro atual.

Quadro de normalidade

Mendes, em conversa com jornalistas, diz que eleição indireta para presidente pelo Congresso Nacional não traria mais “perturbação” ao país.

— Não vou dar opinião sobre esse quadro institucional. O Brasil voltou a um quadro de normalidade. Estamos respirando normalmente, tentando trazer o país para o caminho da normalidade — diz ele.

Segundo Mendes, a data do julgamento dependerá da conclusão da fase de instrução do processo. Ainda vão depor as testemunhas de defesa e de acusação.

— Eu sei que o que preocupa é que se houver um juízo positivo de uma eventual cassação ainda este ano, haveria eleições diretas. Do contrário, eleições indiretas, como determina a Constituição. Mas o futuro a Deus pertence. Vamos aguardar — desconversou o ministro.

Mais óbvio, impossível.

Gilberto de Souza é jornalista, editor-chefe do Correio do Brasil.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/temer-gilmar-mendes-fhc-carmen-lucia-combinam-que-sera-brasil/

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