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Temer, quanto mais fala, mais se atrapalha no escândalo da Friboi

20 de Maio de 2017, 15:40 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Em novo pronunciamento, na tarde deste sábado, o presidente de facto, Michel Temer, tenta se desvencilhar de inquérito aberto no Supremo

 

Por Redação – de Brasília e São Paulo

 

O presidente de facto, Michel Temer, em seu pronunciamento de três minutos, na tarde deste sábado, tentou desqualificar o testemunho do empresário Joesley Batista. Ele anunciou que pretende impugnar a gravação que embasa o inquérito, por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da Justiça, em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). Ao final, retirou-se sem abrir espaço para as perguntas dos repórteres.

 

Temer alega que “houve edição no áudio de minha conversa com o sr. Joesley Batista”.

— Essa gravação clandestina foi manipulada e adulterada com objetivos nitidamente subterrâneos. Foi incluída no inquérito sem a devida investigação e trouxe grave crise ao Brasil — afirmou.

 

Acossado por um inquérito no Supremo Tribunal Federal, Temer convocou um novo pronunciamento, neste sábado, na tentativa de se desvencilhar das acusações

Acossado por um inquérito no STF, Temer convocou um novo pronunciamento, neste sábado

Documentos liberados na sexta-feira revelam que Temer é acusado de receber cerca de R$ 15 milhões pela sua atuação em favor dos interesses da JBS, empresa dos irmãos Batista — Joesley e Wesley. Temer também é citado como tendo se associado ao senador afastado Aécio Neves na tentativa de interferir nas investigações da Operação Lava Jato.

Temer diz, ainda, que não obstruiu a Justiça nem recebeu valores que não fossem permitidos pela Lei Eleitoral e declarados ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

— Não ha crime em ouvir reclamações e me livrar do interlocutor — alega.

Temer e Cunha

Do cárcere, onde se encontra, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, mas ligado no noticiário nacional, saiu em defesa de Temer. Em carta, de próprio punho, o presidiário afirma que ninguém está pagando por seu silêncio. Cunha teria recebido, segundo Joesley Batista, perto de R$ 500 mil por semana, desde que foi preso, em outubro do ano passado.

Segundo Cunha, ele jamais fez qualquer pedido a Temer e que também não recebeu dele qualquer pedido para que fique em silêncio. Na carta, afirma que o fato de ter desmentido Temer mostra que não há alinhamento de versões.

Em depoimento ao juiz Sergio Moro, Cunha rebateu Temer e disse que ele participou, em 2007, de uma reunião com a bancada do PMDB para discutir as indicações do partido para diretorias da Petrobras. Temer havia negado em depoimento por escrito: “não houve essa reunião”. Cunha disse que “a resposta de Michel Temer nas perguntas está equivocada”

Leia, adiante, a íntegra da carta:

“Com relação aos fatos divulgados referentes à suposta delação do empresário Joesley Batista, tenho a esclarecer o seguinte:
1) Repudio com veemência as informações divulgadas de que estaria recebendo qualquer benefício para me manter em silêncio.
2) Estou exercendo o meu direito de defesa e não estou em silêncio e tampouco ficarei.
3) São falsas as afirmações divulgadas atribuídas a Joesley Batista de que estaria comprando meu silêncio
4) Jamais pedi qualquer coisa ao presidente Michel Temer e também jamais recebi dele qualquer pedido para me manter em silêncio
5) Recentemente, após entrevista dele, o desmenti com contundência, mostrando que não estou alinhado em nenhuma versão de fatos que não sejam os verdadeiros”

Interlocutor

Indicado na gravação de Joesley Batista como seu interlocutor no recebimento de propina, o deputado federal afastado Rocha Loures (PMDB-PR) poderá fazer acordo de delação premiada com a Procuradoria Geral da República. Ele recebeu malas de dinheiro, segundo filmagem da Polícia Federal (PF), para o chefe que, em seu depoimento nesta tarde, diz que o indicou para que o empresário, recebido à noite, no porão do Palácio do Jaburu, o deixasse em paz.

Considerado “homem de confiança” de Temer, o parlamentar contratou o advogado José Luiz de Oliveira Lima, o Dr. Juca, para defendê-lo das acusações de recebimento de propina do empresário Joesley Batista, dono da JBS. Rocha Loures foi filmado pela PF recebendo uma mala com R$ 500 mil, que seria destinados a Temer. Mas, em versão disseminada a partir do Palácio do Planalto, o parlamentar diria que o dinheiro seria para uso pessoal.

Em Nova York, onde participou de um jantar em homenagem ao prefeito paulistano João Dória (PSDB). Na volta, foi aconselhado por amigos a fechar delação com os procuradores do MPF. Sob pena de “apodrecer na cadeia”, segundo um de seus conselheiros confidenciou à reportagem do Correio do Brasil.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/temer-quanto-mais-fala-mais-se-atrapalha-no-escandalo-da-friboi/

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