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Trump apoia Putin e vice-versa

октября 24, 2016 16:38 , by Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Durante uma semana, um grupo de jornalistas correspondentes em Genebra, inclusive o correspondente do Correio do Brasil, participou de uma viagem a Moscou e Crimeia, organizada pela associação que os congrega, a Association de la Presse Étrangère en Suisse, APES, contribuindo com 1/5 das despesas para garantir sua independência,  contando com o apoio da Agência de Presse russa Ria Novosti, do grupo de mídia Rossya Segodnya e do milionário e empresário suíço Frederik Paulsen, que asseguraram o restante das despesas, igual no total a 30 mil Euros. Nessa viagem tiveram a oportunidade de encontrar autoridades russas em Moscou e o governo da Crimeia.

Por Rui Martins, de Moscou e Simferopol:

Os tempos mudam: na Crimeia, o martelo foi substituído por um garfo, na porta de um restaurante de fast-food

Os tempos mudam: na Crimeia, o martelo foi substituído por um garfo, na porta de um restaurante de fast-food

A declaração de Trump de que poderia reconhecer a anexação da Crimeia à Rússia, em troca dos email de Hillary, só ajuda a criar mais confusão.

A Associação de jornalistas deixou claro que ao visitar a Criméia e contatar dirigentes russos, isso não implicava em caucionar a adesão da Criméia e o referendo, mas a busca de elementos capazes de ajudarem na formação de um juízo imparcial e, ao mesmo tempo, conhecer a região e manter contatos com sua população. Ao regressar a Genebra, num relato da viagem, a APES  declarou não ter havido qualquer contrôle ou pressão sobre os jornalistas, que foram livres de movimento nos lugares visitados.

Alguns aspectos valorizaram a viagem – as próximas eleições legislativas russas de 18 setembro, o encontro da OTAN na Polônia decidindo reforçar a proteção européia e o inesperado atentado islamita em Nice assim como a tentativa de golpe de Estado na Turquia.

As sanções parecem não afetar diretamente a Criméia e a maioria das pessoas parece apoiar a adesão à Rússia e o desligamento da Ucrania. Ao mesmo tempo, a Rússia tem aumentado consideravelmente os investimentos na Crimeia com o objetivo de obter ainda um  maior apoio da população, que se sentia abandonada pela Ucrania.

O alto prédio do Ministério da Relações Exteriores, em Moscou, ainda com o brasão da foice e martelo lembra muito o Empire State Building, o que nos leva a indagar, afinal o que separa e aproxima hoje a Rússia dos EUA ?

A linguagem dupla da OTAN, se torna difícil de decifrar, pois diz reforçar com mísseis o dispositivo contra a Rússia mas, ao mesmo tempo, afirma manter o diálogo com os russos.  Do lado do governo russo Maria Zakharova, chefe da Informação do Ministério das Relações Exteriores, próxima do ministro Lavrov, também fala nos contatos com militares americanos, no quadro da Síria, dando a impressão de haver um clima orwelliano, com inimizades guerreiras que se fazem e se desfazem. A declaração nesta semana de Trump de que poderia reconhecer a adesão da Crimeia à Rússia, em troca dos email de Hillary, só ajuda a criar mais confusão. Nesse caso, Snowden poderia deixar a Rússia e entrar nos EUA sem processo por lançador de alertas ?

Ainda Maria Zakharova, rechaçando as acusações de uma Rússia agressora, anexando a Crimeia, reage como uma ingênua Poliana – a Rússia nunca agrediu ninguém, sempre foi agredida, seja pela França com Napoleão ou pela Alemanha com Hitler.

Tanto Sergey Aksenov, Vladimir Konstantinov como Dimitri Pohonskyi, do novo executivo e conselho da Crimeia, refutam tirado a península da Ucrania, mas ter havido um retorno da Crimeia à Rússia por decisão quase unânime da população, depois de mais de vinte anos de abandono da região pela Ucrania.

E deixam bem claro que, as sanções e ameaças não farão a Rússia rejeitar o desejo da população da Crimeia. Tanto que estão investindo bilhões de rublos em infraestruturas e escolas para o povo se convencer de ter feito a boa opção, mesmo com os atuais problemas econômicos russos decorretes da queda do preço do petróleo e das sanções. « Nosso objetivo é dar  atenção especial às minorias, dizem eles, referindo-se principalmente aos tatars, muçulmanos entre a maioria cristã ortodoxa, que boicotaram o referendo.

Os tártaros não votaram no referendo e sofrem ainda as repercussões da expulsão maciça de toda comunidade, em 1944, por Stalin e Béria, sob a acusação de terem sido cúmplices dos nazistas durante a Segunda Guerra. Em 1967, foram absolvidos dessa acusação, mas nada foi feito pelos 280 mil de deportados principalmente para o Uzbequistão, até a época da perestroika.

Só em março de 2014, o governo da Crimeia reintegrou os tatars, devolvendo-lhes oficialmente seus direitos, dentro de uma política oposta à de Stalin, pela integração plena dessa comunidade, alvo agora de caros investimentos de base e mesmo da construção de mesquitas.  O objetivo é claro : ter o apoio dos tártaros, 15 % da população, na anexação ou retorno da Crimeia.

Rui Martins, em Moscou e Simferopol, correspondente do Correio do Brasil, em Genebra.

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