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Trump e as notícias falsas ou fake news

22 de Janeiro de 2017, 15:01 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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As notícias falsas ou fake news , das quais todos falam agora, na campanha de Trump contra Hillary Clinton, foram também muito usadas na campanha presidencial brasileira de 2013, quando as redes sociais petistas destruíram a candidata Marina Silva, utilizando mentiras e invenções. Depois de eleita, Dilma fez exatamente o contrário do prometido nas redes sociais e não conseguiu se manter no poder. O que vai acontecer com Trump,também um impeachment ? (Nota do editor)

Por José Inácio Werneck, de Bristol, EUA:

As notícias falsas ou fake news ajudaram Trump nas eleições

As notícias falsas ou fake news ajudaram Trump nas eleições

Poucas vezes na história a imprensa no Brasil e nos Estados Unidos terá sido colocada diante de uma tarefa tão árdua quanto a atual.

No Brasil, desvendar exatamente tudo o que ocorreu com o desastre aéreo que matou o Ministro do STF Teori Zavaski, figura importantíssima nas investigações sobre a corrupção no país.

Nos Estados Unidos, desmascarar o vendaval de “fake news” que levou ao poder o consumado vigarista Donald Trump.

A Internet trouxe a facilidade com que falsas informações são espalhadas e um exemplo típico foi de um site chamado ChristianTimesNewspaper.com, um “domain” desativado e que estava à venda por apenas cinco dólares.

Um estudante universitário recentemente formado, Cameron Harris, comprou-o e fez uma pequena sondagem: que eleitores são mais fáceis de enganar, os de Donald Trump ou os de Hillary Clinton?

Tendo concluído que os eleitores de Trump eram mais crédulos, Cameron, como um bom mercenário, apenas com a finalidade de ganhar dinheiro, inventou uma história segundo a qual milhares de votos fraudulentos em favor de Hillary Clinton tinham sido descobertos em um armazém em Columbus, Ohio.

Cameronm Harris pesquisou “ballot boxes” (urnas de votação) em Google e descobriu uma fotografia, tirada em Birmingham, na Inglaterra, que mostrava um cidadão calvo, de costas, diante de diversas urnas de votação.

Imediatamente, batizou o desconhecido cidadão de Randall Prince, dizendo que ele era um eletricista que, vasculhando um pouco usado depósito em um armazém, descobriu “dezenas de milhares de votos falsos para Hilary Clinton”.

A ideia, segundo a falsa reportagem, era, no dia da eleição, misturar tais urnas com urnas legítimas.

Cheia de detalhes, a impostura dizia que o armazém era um edifício pouco visitado e que servia apenas de local para guardar equipamentros de bombeiros e eletricistas.

A reportagem finalizava com as seguinres palavras: “Fiquem atentos, novas revelações surgirão”.

Nada havia de concreto na reportagem, mas mesmo assim ela atraiu comentários indignados contra a “desonestidade de Hillary Clinton”, foi reproduzida em inúmeros outros sites da Internet, chegou ao Facebook e rendeu em questão de dias cinco mil dólares ao aventureiro, através de anúncios colocados por Google em seu site. Ao todo, ele arrecadou 22 mil dólares em anúncios.

Em pouquíssimo tempo o site que Cameron Harris comprara por cinco dólares estava valendo mais de cem mil dólares.

Alguns dias depois o Secretário de Estado de Ohio, John Husted, denunciou a história como “falsa”.

Mas este é o poder das “fake news”. As invencionices são mais divulgadas do que os desmentidos e isto ocorre até nos mais altos escalões, como quando o diretor do FBI, James Comey, disse que estava investigando “de novo” os e-mails de Hillary Clinton (desta vez na conta de uma assistente dela). Sua confirmação de que nada encontrara, uma semana depois, não conseguiu desfazer o impacto da primeira notícia.

A imprensa mundial corre o risco de ser suplantada pelo tsunami das notícias falsas na Internet, sejam sobre política, esporte, terrorismo, refugiados ou religiões.

Nunca o jornalismo sério foi tão importante quanto agora. No esporte, cartolas corruptos, atletas dopados. Na política americana, trampolineiros despreparados como Donald Trump. No Brasil, interesses embuscados para dificultar as investigações da Lava-Jato.

José Inácio Werneck , jornalista e escritor com passagem em órgãos de comunicação no Brasil, Inglaterra e Estados Unidos. Publicou “Com Esperança no Coração: Os imigrantes brasileiros nos Estados Unidos”, estudo sociológico, e “Sabor de Mar”, novela. É intérprete judicial do Estado de Connecticut. Trabalha na ESPN e na Gazeta Esportiva.

Direto da Redação é um fórum e debates, editado pelo jornalista Rui Martins.

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Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/trump-e-as-noticias-falsas-ou-fake-news/

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