Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entraram no presídio no começo da manhã e a situação já está sob controle
Por Redação, com ABr – de Brasília:
Pelo menos 33 presos da Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc), na zona Rural de Boa Vista (RR), foram mortos nesta sexta-feira. Segundo a Secretaria Estadual de Justiça e Cidadania, o tumulto na unidade começou durante a madrugada.

Pelo menos 33 pessoas morreram na Penitenciária de Monte Cristo, em Roraima
Policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar entraram no presídio no começo da manhã. A situação já está sob controle. As autoridades estaduais ainda não divulgaram detalhes sobre o que aconteceu.
Presos
De acordo com a imprensa local, que divulgou imagens como sendo desta sexta. Presos podem ter sido decapitados. O Pamc é o maior presídio de Roraima.
As mortes em Roraima ocorrem na mesma semana em que 60 presos foram assassinados em estabelecimentos prisionais do Amazonas.
Autoridades
Autoridades públicas de Roraima estiveram reunidas, desde o começo desta manhã, discutindo medidas a serem adotadas na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo (Pamc). Segundo a assessoria do Ministério da Justiça e Cidadania, o ministro Alexandre de Moraes deve viajar para o estado ainda hoje para verificar a situação.
O governo estadual não divulgou detalhes do que aconteceu na unidade prisional, que é administrada pelo Estado. A governadora de Roraima, Suely Campos, e os secretários de Justiça e Cidadania, Uziel de Castro Júnior, e de Segurança Pública, coronel Paulo César, devem conceder entrevista coletiva ainda nesta sexta-feira.
Justiça
Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania informou que as mortes ocorreram nesta madrugada. No início da manhã, policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) já tinham entrado na penitenciária e retomado o controle da unidade. No segundo semestre de 2016, a mesma penitenciária foi palco de confronto entre presos, que deixou 10 mortos.
Segundo a secretaria estadual de Comunicação, a governadora Suely Campos conversou, por telefone, com o ministro Alexandre de Moraes. O ministro soube da ocorrência poucas horas antes do início da cerimônia pré-agendada para detalhar o Plano Nacional de Segurança Pública. Lançado no dia anterior, com o objetivo de promover o combate integrado à criminalidade transnacional e a racionalização e a modernização do sistema penitenciário.
Fugiram 112 presos do Compaj e outros 72 do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat). Logo após os acontecimentos. O governo do Amazonas emitiu um alerta para os Estados vizinhos. Entre eles Roraima. Alertando para o risco dos presos em fuga e de novos confrontos acontecerem em estabelecimentos prisionais de outras unidades da federação.
Vídeo divulgado nas redes sociais mostra presos agredindo outros detentos. Enquanto gritam que a ação é uma resposta à morte de “irmãos”. Por integrantes de uma das organizações criminosas envolvidas na chacina de Manaus. A Família do Norte (FDN), que, com o apoio do Comando Vermelho (CV). Disputa com o Primeiro Comando da Capital (PCC) o controle do narcotráfico na região Norte do país.
Plano de segurança
O ministro da Justiça, Alexandre Moraes, disse na quinta-feira que o novo Plano Nacional de Segurança Pública terá três objetivos. Reduzir homicídios dolosos e feminicídios. Promover o combate integrado à criminalidade transnacional ligada a grandes quadrilhas que atuam tanto no tráfico de drogas e de armamento pesado. E a racionalização e a modernização do sistema penitenciário.
– A construção de presídio não é o que, sozinho, vai solucionar a questão presidiária – disse Moraes, em entrevista no Palácio do Planalto após reunião do presidente de facto Michel Temer com ministros do núcleo institucional. “Temos que racionalizar o sistema penitenciário brasileiro. Prendemos muito, mas prendemos mal. Prendemos quantitativamente, não qualitativamente. São necessários equipamentos, como os que vimos [faltar] no de Manaus”, acrescentou.
Medidas alternativas
Moraes também defendeu o fortalecimento de medidas alternativas ao encarceramento, como o uso de tornozeleiras eletrônicas e restrição de direitos. Além disso, segundo o ministro, é preciso mudar a legislação para evitar reduções significativas nas penas de criminosos que cometeram crimes violentos.
– Presos por crimes graves com um sexto da pena cumprida podem estar de novo na rua. Temos de tirar isso. Vamos propor mudança na legislação para que presos violentos cumpram pelo menos metade da pena – adiantou.
Terceirização
O ministro Alexandre de Moraes disse à Agência Brasil que o novo plano, ainda em elaboração, não prevê mudanças nos critérios de terceirização de presídios. O ministro responsabilizou a empresa Umanizzare, que administra o Complexo Prisional Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, pela chacina na unidade, onde 56 presos foram mortos. A empresa nega ser responsável pela segurança e vigilância da prisão, que, segundo a Umanizzare, é uma tarefa do governo do Amazonas.
O post Tumulto em presídio de Roraima deixa mortos e feridos apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.