Por Redação, com agências internacionais – de Londres/Tóquio:
A ONU disse que o acesso a remédios antirretrovirais para pessoas portadoras do HIV precisa ser duplicado nos próximos cinco anos, para que seja alcançada a meta internacional de acabar com a pandemia da doença até 2030.

Atualmente, cerca de 15,8 milhões de portadores do vírus estão em tratamento, revelou um relatório do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids), ressaltando que um progresso significativo já foi feito no combate à doença. Em 2010, cerca de 7,5 milhões de pessoas estavam sendo tratadas com antirretrovirais, e em 2005, eram apenas 2,2 milhões.
– A cada cinco anos temos mais do que duplicado o número de pessoas em tratamento – declarou o diretor-executivo do Unaids, Michel Sidibé. “Precisamos alcançar isso mais uma vez apenas para acabar com a epidemia de aids e mantê-la sob controle”, acrescentou.
Das 36,9 milhões de pessoas portadoras do vírus HIV no final de 2014, mais da metade ainda não têm acesso à medicação antirretroviral, apontou o relatório. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda que todas as pessoas diagnosticadas com aids recebam o tratamento imediato, que, além de manter o vírus sob controle, aumenta a expectativa de vida.
Desde 2000, o número de novas infecções em crianças diminuiu quase 60%, e o total de novos casos caiu mais de um terço. No ano passado, foram registrados cerca de 2 milhões de novos casos de aids e 1,2 milhão de mortes relacionadas à doença.
Em relação aos números de 2004, houve uma redução de 42% nas mortes relacionadas à aids em 2014. De acordo com a agência da ONU, essa diminuição comprova que o aumento do acesso ao tratamento salva vidas.
Mais investimentos
– Foram feitos progressos em todas as regiões do mundo. Mas o ritmo é muito lento – disse Sidibe. Apesar de novas infecções terem recuado quase 35% entre 2000 e 2014, o Unaids teme ainda um aumento da epidemia, caso os países não invistam em esforços complementares.
Ao contrário da tendência global, o número de novas infecções entre 2000 e 2014 aumentou na Europa oriental, na Ásia central, assim como no Oriente Médio e no norte da África.
O Unaids estabeleceu uma lista de 35 países “prioritários”, entre eles países da África subsaariana, que abrangem 90% dos novos casos de infecções com HIV, e que precisam de uma atenção particular para que o objetivo da erradicação da aids seja alcançado.
A agência estima que sejam necessários 31,9 bilhões de dólares até 2020 para a resposta internacional contra a aids.
O Unaids lançou metas para os próximos cinco anos, com o objetivo de acabar com a epidemia do vírus HIV até 2030. A abordagem da agência prevê a ampliação do acesso a medicamentos antirretrovirais e também ao diagnóstico da doença, além da redução no número de novas infecções. A meta estipulada até 2020 é de que 90% das pessoas que vivem com o HIV tenham conhecimento da infecção e estejam em tratamento.
Proteína inibidora
Um grupo de pesquisadores do Instituto Nacional de Infecções do Japão descobriu que uma proteína encontrada em seres humanos tem efeitos inibidores sobre o vírus HIV, informou nesta quarta-feira a emissora pública de televisão NHK.
As células nas quais se encontra esse tipo de proteína, denominada March8, não infectam as células sãs, segundo as conclusões do grupo de pesquisa.
Kenzo Tokunaga, um dos cientistas, espera que seja desenvolvido um medicamento que ajude o corpo humano a produzir essa proteína com a qual podem ser tratados pacientes com o HIV.
Essa descoberta poderia beneficiar os 36,9 milhões de portadores do vírus em todo o mundo, a grande maioria na África, de acordo com dados do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre o HIV.
Na terça-feira em Genebra, as Nações Unidas anunciaram que pretendem duplicar o número de tratamentos antirretrovirais de pessoas infectadas com o vírus da aids até 2020. Atualmente, pouco menos da metade das pessoas que vivem com o HIV tem acesso a esse tipo de tratamento.
O dia 1º de dezembro é o Dia Mundial de Luta contra a aids.