Na semana passada, Manuela D’Ávila lançou o seu Revolução Laura na Casa do Maranhão, em São Luís. De passagem por ali, a trabalho, e tendo perdido o lançamento em Fortaleza, não podia deixar passar a oportunidade de ouvi-la e, de quebra, rever e abraçar camaradas e amigos maranhenses.
Por Joan Edesson de Oliveira – de Fortaleza
Na sua fala para algumas centenas de pessoas que lotaram o espaço e se acomodaram de qualquer jeito para escutar, em cadeiras, sentados no chão, em pé pelos cantos e nas escadas da casa, Manu repetiu o que vem falando em todos os lugares por onde passa: a saída para o Brasil passa pela unidade contra o fascismo.
O momento que vivemos é de extrema gravidade, com a nação à deriva e com ameaças diárias à democracia
Até aí não há muita novidade, várias outras personalidades e forças políticas vêm pregando a unidade. A diferença no discurso e na prática de Manu e do PCdoB está em vincular a unidade à amplitude.
Manu foi firme na defesa da unidade, mas fez questão de ressaltar que unidade não pode ser entre os iguais. Manu colocou o dedo na ferida: “Nós fomos derrotados, apenas nós não seremos suficientes, é necessário ganhar os que estavam do lado de lá para a nossa aliança, para a nossa unidade.”. A memória não pode garantir que esta foi literalmente a sua fala, mas foi este o sentido do que ela pregou.
O momento que vivemos é de extrema gravidade, com a nação à deriva e com ameaças diárias à democracia. Os recentes ataques ao STF não partem de grupos preocupados com a correta aplicação da lei e da justiça mas, pelo contrário, de grupos para os quais o STF não pode ser obstáculo aos seus desejos obscurantistas de implementação do arbítrio mais absoluto.
O que vivemos, na verdade, é um retrocesso civilizacional. Paira sobre nós a ameaça de destruição das conquistas mais recentes de democracia, de direitos, de respeito entre as pessoas, de soberania, de tolerância.
Numa quadra assim, a palavra de ordem de defesa da unidade ganha importância, ganha centralidade. Mas a unidade não pode ser em torno de projetos partidários ou de personalidades, a unidade precisa se dar em torno de um projeto de nação, a unidade deve se dar em torno de algo muito maior, que é a defesa da democracia, a luta contra o fascismo.
Manu se referiu a Flávio Dino e ao PCdoB do Maranhão, e o próprio Dino reafirmou isso, como exemplo de unidade com amplitude. A unidade que Flávio Dino e o PCdoB capitanearam conseguiu se dar com a máxima amplitude, tendo como eixo a defesa da democracia e dos interesses do povo do Maranhão.
Esta é a unidade que necessitamos, esta é a unidade que Manu, Dino e o PCdoB têm pregado, esta é a unidade que precisa ser buscada por todos os democratas consequentes que se preocupam com os destinos desta Nação aparentemente desnorteada.
Unidade com a máxima amplitude, esta deve ser a nossa consigna.
Como falam Beto Guedes e Ronaldo Bastos em Sal da Terra, “vamos precisar de todo mundo, pra banir do mundo a opressão”.
Joan Edesson de Oliveira, é educador, mestre em educação brasileira pela Universidade Federal do Ceará.