Por Redação, com agências internacionais – de Caracas:
Enquanto assessores e técnicos dos partidos políticos e do Conselho Nacional de Eleições da Venezuela faziam a auditoria final nas urnas que captarão os votos dos eleitores, no próximo domingo, o governo do presidente Nicolás Maduro amargava um novo e intenso ataque na mídia internacional, após o assassinato de um dos militantes da ultradireita, naquele país. As forças conservadoras tentam um golpe de Estado na Venezuela desde a morte do comandante Hugo Chávez, em março de 2013. O último teste do sistema automático de votação antes da eleição na semana que vem, foi realizado de forma a viabilizar a escolha dos 167 deputados da Assembleia Nacional.

A auditoria simulou a votação e a transmissão e totalização dos resultados. Além dos técnicos dos partidos políticos e do órgão eleitoral oficial, políticos, eleitores e meios de comunicação acompanharam o processo e confirmaram que votos emitidos serão contabilizados corretamente após a transmissão dos dados da urna eletrônica.
As eleições venezuelanas ocorrerão sob o interesse da América Latina e do mundo, preocupados com a violência relacionadas à tentativa de golpe em marcha naquele país, principalmente depois do assassinato do dirigente da oposição Luis Manoel Díaz durante um comício na última quarta-feira. A polícia investiga, no entanto, a possibilidade do crime ter ocorrido em um suposto “acerto de contas” entre quadrilhas rivais.
Em nota, o governo brasileiro condenou o episódio e cobrou das autoridades venezuelanas a garantia da estabilidade institucional para a realização das eleições da semana que vem. “O governo brasileiro confia em que o governo venezuelano atuará para coibir quaisquer atos de violência ou intimidação que possam colocar em dúvida a credibilidade do processo eleitoral em curso e a legitimidade dos resultados da votação”, diz comunicado divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores.
Abaixo, a nota do Itamaraty:
Assassinato de Luis Manuel Díaz
O Governo brasileiro tomou conhecimento com consternação do assassinato de Luis Manuel Díaz, dirigente do partido Ação Democrática (AD), ocorrido no contexto de comício eleitoral no Estado de Guárico, Venezuela.
O Governo brasileiro se une ao comunicado emitido pela Missão Eleitoral da UNASUL para as Eleições para a Assembleia Nacional, que rechaça firmemente o recurso a qualquer tipo de violência que possa afetar o bom desenvolvimento do processo eleitoral e insta as autoridades venezuelanas a investigar os fatos e punir os responsáveis.
Ao condenar com firmeza esse lamentável incidente, o Governo brasileiro recorda que é da responsabilidade das autoridades venezuelanas zelar para que o processo eleitoral que culminará com as eleições no dia 6 de dezembro transcorra de forma limpa e pacífica, de modo a permitir que o povo venezuelano exerça com tranquilidade seu dever cívico e tenha plenamente respeitada sua vontade soberana.
O Governo brasileiro confia em que o Governo venezuelano atuará para coibir quaisquer atos de violência ou intimidação que possam colocar em dúvida a credibilidade do processo eleitoral em curso e a legitimidade dos resultados da votação.