Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, o coronel reformado também é acusado de oferecer “vantagens” aos policiais militares que o prenderam
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro:
A Polícia Civil prendeu nesta segunda-feira uma mulher de 23 anos suspeita de envolvimento no caso da criança de 2 anos que foi encontrada nua no carro de um coronel reformado da Polícia Militar no Rio Janeiro. A mulher, contra quem foi expedido um mandado de prisão temporária, é vizinha da criança.

A mulher, contra quem foi expedido um mandado de prisão temporária, é vizinha da criança
Ela é suspeita de ter levado a criança até o carro do coronel Pedro Chavarry Duarte, de 62 anos, que foi preso em flagrante depois que a criança foi encontrada em seu carro, no estacionamento de uma lanchonete.
A prisão da mulher foi decretada pela juíza Maria Izabel Pena Pieranti, a pedido da delegada Cristiana Onorato, da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima da Polícia Civil Fluminense.
Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Militar, o coronel reformado também é acusado de oferecer “vantagens” aos policiais militares que o prenderam. A equipe recusou a oferta e levou o coronel à delegacia.
Ainda de acordo com a Polícia Militar, além de responder perante a justiça comum, ele também será submetido a um Processo Administrativo Disciplinar dentro da corporação que poderá expulsá-lo. Em nota, a Polícia afirma que repudia e combate este e qualquer outro tipo de crime.
A Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos divulgou no domingo uma nota informando que o coronel já havia sido preso sob a acusação de tráfico de crianças na década de 90, quando ele ainda era capitão.
Coronel reformado da PM
Um coronel reformado da Polícia Militar do Rio de Janeiro de 62 anos foi preso em flagrante no domingo à noite ao ser surpreendido com uma criança do sexo feminino, de apenas dois anos de idade, completamente nua no interior do seu carro. Ele foi preso por policiais do 22º Batalhão da Polícia Militar (Benfica), que atenderam a uma denúncia anônima.
A prisão ocorreu em Ramos, bairro da Zona Norte do Rio. No ato do flagrante, o coronel teria tentado subornar os policiais, para que a ocorrência não fosse levada adiante.
Expulsão
De acordo com a nota, a criança foi entregue “aos responsáveis legais” e foi encaminhada à Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) para “entrevista de revelação”. Cópias do procedimento serão encaminhadas ao Conselho Tutelar, de modo a garantir a assistência à criança, e também à 21ª Delegacia de Polícia, para prosseguir na investigação.
As informações indicam que o coronel preside a Caixa Beneficente da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Ele foi encaminhado ao Batalhão Especial Prisional (BEP), em Niterói. Além de responder à Justiça comum, o coronel reformado também será submetido a um Processo Administrativo Disciplinar na Polícia Militar, podendo ser expulso da corporação.
Secretaria
Em nota, o secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Paulo Melo, determinou que a secretaria acompanhe de perto a prisão do coronel reformado da PM, flagrado com uma criança de 2 anos nua. O secretário lembrou que, na década de 90, ao comandar uma comissão parlamentar na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro ( Alerj), prendeu o oficial acusado de envolvimento com o tráfico de bebês.
No documento, Paulo Melo disse que à época foi procurado por uma associação de moradores de Bangu, que relatou o envolvimento de um PM com a venda de crianças. “Montamos uma operação com a ajuda do 14º BPM (Bangu) e ficamos esperando no local usado pela quadrilha como cativeiro, onde os bebês eram deixados de manhã, sob efeito de tranquilizantes, e, à noite, transportados pelo bando. Quem da quadrilha chegou para pegar o bebê, de apenas quatro meses, foi o então capitão. Foi preso e autuado em flagrante”, recordou Paulo Melo.
Para o secretário, os dois casos podem mostrar um envolvimento sistemático do PM em casos de abusos e tráfico a menores desde a década de 90. “Quantas crianças ele pode ter molestado nesse período. Desde aquela época ele já demonstrava um desvio de conduta incompatível com a atividade policial e de servidor público”, analisou Paulo Melo, recordando que, apensar das provas contundentes, o coronel conseguiu arrastar o processo na Justiça e saiu impune.
Promoções
– O então capitão era ardiloso. Ele se aproximava das mães, geralmente de comunidades muito carentes, e dizia que trabalhava para a igreja, que iria arrumar uma creche. Até colocava os bebês em creches, mas, em seguida, convencia as mães de que elas não tinham condições de criá-las e, o melhor, seriam doá-las. Aproveitava da fraqueza e da necessidade. Depois, esdas crianças eram vendidas pelo oficial – lembrou Paulo Melo.
O secretário pediu o acompanhamento do caso para saber se o coronel continuava a atuar no rapto de menores. Paulo Melo também irá apurar como ocorreram as promoções do oficial da PM sem levar em consideração o histórico criminal. “Talvez agora ele seja excluído”, avaliou o secretário.
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