Muitos comerciantes portugueses nutrem uma velha crença, tradição racista, a de espantar os ciganos de suas lojas colocando um sapo de cerâmica ou porcelana à entrada ou na vitrina. A cineasta Leonor Teles ironiza e denuncia esse hábito no curta-metragem A Balada do Batráquio.
Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.

O curta-metragem português Balada de um Batráquio, da jovem realizadora Leonor Teles, ganhou o Urso de Ouro, da categoria, no 66 Festival Internacional de Cinema de Berlim.
Um filme dentro da preocupação principal do Festival – imigração, exclusão, integração. São 11 minutos sobre a exclusão dos ciganos da sociedade portuguesa com o hábito supersticioso de se colocar à porta ou na vitrina das lojas, um sapo em porcelana para afugentar os ciganos.
Leonor Teles, filha de pai cigano, formada pela Escola Superior de Teatro e Cinema, utilizou os sapos para ironizar e denunciar esse racismo.
O cinema portugues esteve em destaque no Festival de Cinema de Berlim, pois participou da competição internacional dos longas-metragens com o filme Cartas da Guerra, de Ivo Ferreira que, embora não premiado, foi bem recebido pela crítica e pelo público.
Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.