Depois de Pesaro, Roterdã, Locarno, Veneza e Roma, o conhecido crítico, produtor e diretor de festivais Marco Mueller, cuja mãe era do litoral paulista, vai criar o Festival Internacional de Cinema de Macau.
Por Rui Martins, no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
No encerramento do Festival de Berlim, a notícia corria, veiculada pela revista Variety – está sendo criado o Festival Internacional de Cinema de Macau, que seria, sem dúvida, o menor festival do mundo, não fôsse o nome de seu diretor – Marco Mueller, cuja ligação com o Brasil é importante : sua mãe era brasileira, do litoral paulista, mas ele tem nacionalidade suíço-italiana e viveu na Itália, tendo feito seus estudos de antropologia na China, sendo um reconhecido sinólogo e um dos principais introdutores do cinema chinês nos festivais.
Grande conhecedor do cinema brasileiro, era um entusiasta do chamado « cinema da boca do lixo » de Rogério Sganzerla, que levou a Locarno, numa apresentação especial do Bandido da Luz Vermelha.
Ex-diretor da Mostra de Veneza e do Festival de Cinema de Roma, começou sua carreira como crítico e diretor no Festival de Pesaro e depois no de Roterdã, deixando impressa sua marca de um intelectual, erudito do cinema e poliglota.
Foi ele o primeiro a dar uma nova dimensão ao Festival Internacional de Cinema de Locarno, de onde saiu para dirigir a Mostra de Veneza, tendo sido também produtor de filmes, antes de ir selecionar filmes para o Festival de Pequim, ao deixar o Festival de Roma.
O Festival Internacional de Cinema de Macau, antiga colonia portuguesa entregue à China, onde se fala português e chinês, será inaugurado dia 8 e dezembro, terá 45 títulos de grandes filmes internacionais e contará com uma dotação inicial de dez milhões de dólares.
Rui Martins, de volta de Berlim, onde esteve a convite do Festival Internacional de Cinema.