Scola morreu em um hospital de Roma na noite de terça-feira, após ter ficado em coma vários dias
Por Redação, com Reuters – de Roma:
O diretor italiano Ettore Scola, cujos filmes, alguns nomeados ao Oscar, fizeram uma crônica das dores crescentes, divisões de classe e idealismos frustrados do século XX na Itália, morreu aos 84 anos, informou sua família.
Scola morreu em um hospital de Roma na noite de terça-feira, após ter ficado em coma vários dias.
Nascido em uma pequena cidade no sul da Itália, ele dirigiu alguns dos maiores atores e atrizes do mundo, incluindo Sophia Loren, Marcello Mastroianni, Fanny Ardant e Jack Lemmon.
Um de seus longas mais aclamados foi Um Dia Muito Especial, de 1977, que conta a história de um encontro casual de poucas horas entre Mastroianni, no papel de um homossexual prestes a ser deportado pelos fascistas, e Sophia Loren, como uma dona de casa sentimental e reprimida casada com um radical seguidor do ditador Benito Mussolini.

O filme foi indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro, e Mastroianni foi indicado a melhor ator.
– Ele foi um mestre incrível e preciso em interpretar a Itália, sua sociedade e suas transformações – disse o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, em homenagem ao diretor.
Scola, que começou a trabalhar como roteirista em 1953 e dirigiu seu primeiro longa, Fala-se de Mulheres, em 1964, foi aluno de Vittoria De Sica, e seu filme Nós que nos Amávamos Tanto, de 1974, foi uma homenagem ao diretor neorrealista, que morreu naquele ano.
Apesar de nenhum dos filmes de Scola ter vencido o Oscar, eles receberam muitos prêmios em festivais europeus tais como Cannes e Berlim, e Um Dia Muito Especial recebeu o Globo de Ouro de melhor filme estrangeiro.
Scola se aposentou em 2011, dizendo que estava velho demais para lidar com a burocracia envolvida na produção de filmes na Itália.
– Minha experiência no mundo da produção de filmes não é o que costumava ser: fácil e feliz. Há exigências de produção e distribuição com as quais não posso mais me identificar, disse ao jornal Il Tempo.
Mas ele voltou a trabalhar dois anos depois, filmando Que Estranho Chamar-se Federico, um documentário sobre seu amigo e mentor, o diretor Federico Fellino, que morreu em 1993.