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Spike Lee e seu filme Chiraq, serão atrações em Berlim

21 de Janeiro de 2016, 19:38 , por Cultura – Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Por Rui Martins, de Genebra:

Spike Lee dará mais detalhes em Berlim sobre seu filme contra discriminação racial e violência, além da decisão de não ir na festa de entrega dos Oscars
Spike Lee dará mais detalhes em Berlim sobre seu filme contra discriminação racial e violência, além da decisão de não ir na festa de entrega dos Oscars

Com a decisão do realizador Spike Lee de apoiar a iniciativa da atriz Jada Pinkett Smith de boicotar a cerimônia de entrega dos Oscars, em Los Angeles, seu  novo filme Chiraq, fora de competição, e sua presença em Berlim, durante o Festival Internacional de Cinema, serão atrações garantidas.

Na verdade, a ausência de nomeados negros na lista das 24 categorias artísticas nos filmes lançados no ano passado, num total   de 120 indicados premiáveis, foi a gota d´água, Uma situação de discriminação racial perdura nos Estados Unidos, há mais de meio século, apesar do reconhecimento legal da igualdade racial que acabou com o apartheid americano e a separação dos negros nas escolas e nos transportes públicos, mas continua mal digerido no meio policial.

Spike Lee se inspirou justamente dessa violência contra os negros para adaptar uma peça teatral grega do irônico e satírico  Aristófanes, que vivia na época da Guerra do Peloponeso, ao clima de violência existente nos bairros negros de Chicago Midwest, onde o número de assassinatos anuais é igual ao de um país em guerra, revivendo a fama dos anos 30, quando a cidade era chamada de « capital do crime »

O título do filme, Chiraq, primeira produção dos Studios Amazon, é uma contração das palavras Chicago com Iraque, popularizada pelos rapeiros da região, como Chief Keef.

A peça na qual se baseou Spike Lee é a comédia Lisístrata, escrita em 411 AC,  e o filme, uma comédia musical, começa quando as mulheres se organizam contra a violência sob o comando de Lisistrata, depois de uma criança negra ter sido morta por uma bala perdida.

Um total de doze composições rap de autores locais musicam o filme com sua linguagem crua contra as já comuns arbitrariedades policiais contra negros, mesmo crianças, nos Estados Unidos. O anúncio do título do filme, no começo das filmagens no ano passado, provocou protestos de autoridades e organizações locais, por assimiliar Chicago ao Iraque. O prefeito de Chicago também quis fazer pressão contra esse título, alegando ter retirado três milhões de dólares de impostos locais sobre o filme.

Na militância contra a violência, as mulheres da peça Lisístrata declararam uma greve de sexo. No filme Chiraq, elas se organizam para tomar o poder utilizando, para isso, o seu charme e a atração sexual. Na peça, a pressão feminina leva a um acordo de paz entre Atenas e Esparta.

O ator Samuel L. Jackson é o narrador, e a líder das mulheres revoltadas contra os chefes de gangs e policiais é a atriz  Teyonah Parris, no papel de Lisístrata. Outros atores : Nick Cannon, Wesley Snipes, Jennifer Hudson, Angela Bassett e John Cusack.

Rui Martins, correspondente em Genebra, estará em Berlim do 10 ao 21 de fevereiro, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/791930-2/

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