Por Redação, com agências internacionais – de Londres/Hong Kong/Xangai:
David Beckham, manifestou-se em favor da Rússia e do Qatar sediarem as Copas do Mundo 2018 e 2022 respetivamente, apesar do atual escândalo de corrupção na FIFA.
Quanto aos receios de que o Qatar não tenha tanto infraestrutura quanto o clima mais adequado para sediar tal evento, o ex-jogador manifestou o seguinte:
– Tenho a certeza que o país irá lidar com os desafios climatéricos e construir uma boa infraestrutura. Tudo ficará em condições.
– Quanto ao escândalo na FIFA, ainda há muito trabalho a fazer e isto levará bastante tempo. Ainda é cedo para falar sobre o ponto de viragem. É doloroso olhar para o que acontece no futebol, como ele mudou a sua imagem – sublinhou Beckham na entrevista para a Radio Times.
Na última quinta-feira a comitê de reformas da Fifa apresentou um pacote de medidas ao comitê executivo da organização, em Zurique.
As reformas visam fortalecer a direção e a gestão financeira das associações afiliadas no meio do escândalo de corrupção que envolve nove altos funcionários da FIFA. Em maio, eles foram detidos por corrupção na base de um mandado federal dos EUA.
Escolas de futebol
Wang Shijie, 11 anos, é uma estrela em ascensão entre os cerca de 3 mil alunos da enorme academia de futebol do Guangzhou Evergrande, no sul da China. Ele quer se juntar à equipe nacional e ajudar o país a alcançar o sonho do presidente chinês Xi Jinping de ganhar a Copa do Mundo.
Com escolas como essa espalhadas por todo o país, a China prepara um exército de jovens jogadores que espera que possam ajudar a nação a sair de sua baixa posição entre os líderes do futebol mundial. A China atualmente ocupa o 84º lugar de 209 países, acima do Qatar e abaixo de equipes como Jordânia, Montenegro e Gabão.
Liderada pelo presidente Xi, um ávido fã do esporte, a China estabeleceu uma meta clara de se tornar uma superpotência do futebol. Um consórcio liderado pela estatal China Media Capital adquiriu na semana passada uma fatia do time inglês Manchester City por US$ 400 milhões, no que foi o maior investimento de Pequim em esporte no exterior.
O presidente do Conselho de uma empresa que intermedia negócios entre investidores chineses e equipes europeias, Alexander Jarvis, disse que conversa com seis empresas chinesas interessadas em comprar clubes na Europa, incluindo na Inglaterra, Alemanha e Espanha, e que haveria um investimento chinês ainda maior em 2016.
O Guangzhou Evergrande, cujo treinador é o brasileiro Luiz Felipe Scolari, é o atual campeão asiático, mas a equipe nacional da China tem um longo caminho a percorrer até a glória na Copa do Mundo. Mesmo na Ásia, rivais como o Japão e a Coreia do Sul têm uma reputação muito mais forte e de longa data no esporte.
A única vez em que a China chegou à Copa do Mundo foi em 2002, quando o torneio foi sediado em conjunto por Coreia do Sul e Japão. O país foi eliminado na fase de grupos sem marcar nenhum gol, e após ter tomado nove.
As esperanças do país de se qualificar para a Copa de 2018 sofreram um golpe após um empate sem gols com Hong Kong no último mês.
Não há evidências de que investir em clubes de futebol no exterior tenha contribuído para o sucesso de nenhuma outra seleção asiática. Executivos de Cingapura, Malásia, Tailândia, Índia e China possuem participação em times europeus.
Mas os investimentos podem ajudar a China a melhorar sua infraestrutura para o futebol, o que poderia abrir caminho para uma candidatura de sucesso para sediar a Copa do Mundo, dizem executivos do mundo do esporte. O país sede é qualificado automaticamente para o torneio.
Para os clubes, a China é um mercado enorme e ainda inexplorado para conquistar fãs, vendas de produtos e audiência de TV.
O país pretende aumentar seu mercado de esportes para US$ 782 bilhões em 2025, cerca de cinco vezes o tamanho atual, um caminho no qual o futebol será responsável por desempenhar um papel importante.