Em fase de consolidação, o Brasileirão Feminino iniciou sua quarta edição
Por Redação, com ABr – de Brasília:
Mal a edição de 2015 do Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino terminou, a bola voltará a rolar. Nesta quarta-feira, a partida entre Flamengo (RJ) e Vitória (PE) abre a competição (disputada por 20 equipes e que vai até o dia 25 de maio). Para você ficar por dentro do que vai rolar na transmissão, o Portal EBC destacou sete fatos (positivos e negativos) sobre a maior competição do futebol feminino no Brasil. Também há um fato “bônus”.
Última chance para as Olimpíadas.
Com os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro se aproximando, o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino é uma das últimas chances de as atletas que jogam por aqui buscar uma vaga. Apesar de existir uma seleção feminina permanente, o técnico Vadão declarou que o grupo ainda não está fechado.
Chance de ver atletas da seleção.
Para os torcedores, o Campeonato Brasileiro de Futebol Feminino também é uma oportunidade de ver como estão as jogadoras da seleção permanente. Assim como em 2015, as atletas que vestem a amarelinha serão escolhidas pelos times por meio de um draft para jogar as fases finais do Brasileirão.
Times tradicionais disputam o campeonato.
Torcedores de alguns dos “grandes” do futebol brasileiro terão um motivo extra para apoiar seus times. Flamengo, Santos, Vasco e Corinthians disputam o campeonato deste ano. Com exceção do Vasco (que entrou pelo ranking da CBF), as outras equipes estão na competição por causa do regulamento que prevê dez vagas para times que jogaram as séries A e B no futebol masculino. Vitória (BA) e América (MG) também conseguiram as vagas com esses critérios.
Olho na artilheira.
O principal motivo que levou o Corinthians a montar um time de futebol feminino foi uma cláusula do Profut (a lei de responsabilidade fiscal do futebol) que exige “manutenção e investimento mínimo no futebol feminino”. Para montar a equipe, o timão fez uma parceria com o Osasco Audax. De “brinde”, vai conseguir com que a artilheira do ano passado, Gabi Nunes, vista a camisa da equipe no campeonato. É bom ficar de olho nela porque se repetir o desempenho de 2015 (pelo Adeco), pode pintar nas Olimpíadas.
Força no interior de SP.
Os times “de camisa” vão ter um desafio no Campeonato Brasileiro deste ano: desbancar a soberania das equipes do interior de São Paulo. Em 2015, o Rio Preto (de São José do Rio Preto) e o São José (de São José dos Campos) fizeram a final da competição. Já a Libertadores Feminina foi vencida pela Ferroviária (Araraquara), que ganhou o Brasileirão de 2014. Os três times entram na competição querendo manter a soberania.
Sem jogos às 15h.
O episódio que mais causou polêmica no Campeonato Brasileiro do ano passado foi quando as jogadoras do Viana (MA) passaram mal por causa do calor em uma partida disputada às 15h contra o Tiradentes (PI), em Teresina. Procurada pelo Portal EBC, a CBF afirmou que não haverá mais jogos nesse horário na competição.
Organização ainda tem muito que evoluir.
Classificado como amador, o campeonato tem times convidados de última hora e desistentes. isso ocorre em parte pela falta de um critério mais claro da Confederação para os participantes. Além do critério “camisa”, um confuso ranking serve para definir quem participa do campeonato. Questionada se pretende mudar regulamentos nos próximos anos, a CBF afirmou que os critérios, “por enquanto, são esses”.
Bônus – Ingressos grátis e jogos na TV
Se você tem algum time na sua cidade, uma forma de acompanhar os jogos é indo aos estádios. Os horários das partidas em 2015 (que concorriam com jogos do masculino) e a falta de interesse do público deixaram estádios vazios. Para quem quer ver o jogo em casa, a TV Brasil transmite cinco jogos na primeira fase. São eles:
20/01 – Quarta-feira – 17h – Santos x Portuguesa
27/01 – Quarta-feira – 18h – Corinthians x Rio Preto
03/02 – Quarta-feira – 18h – Santos x Tiradentes (PI)
10/02 – Quarta-feira – 18h – Flamengo x São Francisco (BA)
17/02 – Quarta-feira – 17h – A definir
Times do Brasileirão Feminino
Em fase de consolidação, o Brasileirão Feminino iniciou sua quarta edição. O regulamento será o mesmo dos últimos anos, mas três equipes que disputaram a competição em 2015 não participarão este ano: Mixto (MT), Botafogo (PB) e Kindermann (SC).
O Tiradentes (PI), quarto colocado do ano passado, só disputa o campeonato por causa da desistência do Náutico (PE) às vésperas da competição.
Tabela do Campeonato
Pelo regulamento do Brasileirão Feminino, as oito melhores equipes femininas no ranking da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), as campeãs da Copa do Brasil e do Brasileirão Feminino do ano anterior têm garantida a participação na competição.
As outras dez vagas são divididas para equipes de futebol masculino que disputam as séries A e B. Somente cinco clubes manifestaram interesse em participar do feminino: o América (MG), Corinthians (SP), Flamengo (RJ), Santos (SP) e Vitória (BA). As vagas restantes são também preenchida por clubes do ranking feminino. O Vasco (RJ) e a Portuguesa (SP) participarão por esse ranking.
Ausentes
Oitavo colocado no ano passado, o Botafogo da Paraíba ainda teve a chance de ser confirmado na competição. Após a desistência do Náutico, as paraibanas foram convidadas a jogar, mas se recusaram.
Segundo Guilherme Novinho, presidente do clube, a equipe chegou a notificar a CBF em novembro sobre o desejo de participar da competição em 2016. Mas, como o convite só veio após o Natal, o clube não tinha condições de preparar uma equipe forte para janeiro.
– Já estávamos com a estrutura da equipe desmontada e havíamos dispensado os reforços que contratamos para o campeonato – afirma Guilherme. A base da equipe atual é de atletas amadoras locais, que inclusive jogarão a final do campeonato estadual este mês. “Se vencermos o estadual, teremos garantida a vaga na Copa do Brasil feminina, que será no segundo semestre. Esperamos nos preparar para essa competição”, acrescenta o presidente.
Novinho critica os critérios adotados pela CBF para a definição dos participantes. “Acho que é um erro da CBF dar a vaga para equipes sem tradição no feminino, que não investem na formação. Uma vaga que seria nossa”.
Outra equipe de destaque na modalidade, o Kindermann desistiu do campeonato no fim de 2015. À época, o treinador da equipe, Josué Henrique Kaercher, foi assassinado por um ex-funcionário do clube. A tragédia levou à suspensão das atividades do clube por tempo indeterminado. As catarinenses haviam sido campeãs da Copa do Brasil Feminina de 2015, mas sem uma boa campanha no Brasileirão foram eliminadas ainda na primeira fase.
O Mixto (MT) também ficará de fora do Brasileirão de 2016. A equipe foi a única representante da Região Centro-Oeste na competição do ano passado. O time disputou o campeonato com uma equipe formada de jovens jogadoras e acabou ficando de fora por estar na 19ª posição noranking. A assessoria do clube informou que a nova diretoria, que tomou posse este mês, tem como foco cuidar da equipe masculina. O time feminino foi desfeito após o Brasileirão de 2015.