Além de eleger novo presidente, federações nacionais deverão aprovar amplo pacote de reformas. Xeique do Bahrein e secretário-geral da Uefa são os favoritos na disputa pela liderança da entidade máxima do futebol
Por Redação, com DW – de Zurique:
O secretário-geral interino da Fifa, Markus Kattner, abriu nesta sexta-feira em Zurique o congresso extraordinário que vai eleger o novo presidente da federação e votar um amplo pacote de reformas.
O presidente interino, Issa Hayatou, afirmou que o congresso será chave na história da Fifa. “Os olhos de todo o mundo estão voltados para nós.”
O congresso pode ser um primeiro passo para que a Fifa dê a volta por cima no escândalo de corrupção simbolizado na queda do presidente afastado, Joseph Blatter.
A disputa, que tem cinco candidatos, transformou-se num duelo entre Ásia e Europa, ou entre o xeique do Bahrein, Salman bin Ibrahim al-Khalifa, de 50 anos, e o secretário-geral da Uefa, o suíço-italiano Gianni Infantino, de 45 anos.
O príncipe da Jordânia, Ali bin al-Hussein, o diplomata francês Jérôme Champagne, ex-funcionário da Fifa, e o sul-africano Tokyo Sexwale correm por fora na disputa. Dos três, Hussein é o que mais pode surpreender, principalmente depois de receber o apoio dos Estados Unidos e da Austrália, nesta sexta.
O resultado é imprevisível, e especialistas afirmam que os novos líderes do futebol mundial não vão conseguir escapar de investigações internacionais de corrupção na entidade.
A escolha do novo presidente requer uma maioria de dois terços na primeira rodada de votação. Caso esse percentual não seja atingido, nas rodadas seguintes o critério passa a ser de maioria simples.
A Fifa é composta de 209 federações, cada uma com direito a um voto. Duas federações, Kuwait e Indonésia, estão suspensas e não participam do congresso. Para chegar aos dois terços serão necessários 138 votos, enquanto no caso de maioria simples, bastarão 104.
Se nenhum candidato sair vitorioso na primeira rodada, aquele que receber a menor votação será eliminado e não participa das rodadas seguintes. Esse mecanismo se repete até que fiquem apenas dois candidatos.
Antes da votação, cada candidato terá 15 minutos para apresentar seu programa diante do Congresso. O comitê eleitoral da Fifa é composto por membros dos comitês disciplinar e de apelação, além de membros da comissão de auditoria, que supervisiona todo o processo.
O congresso irá votar também reformas propostas por uma comissão da Fifa e pelo comitê executivo da instituição, que visam recuperar a credibilidade da federação.
As reformulações deverão estabelecer um limite de 12 anos nos mandatos dos presidentes e autoridades do alto escalão, e o valor de seus salários serão tornados públicos.
Além disso, os membros do comitê executivo deverão ser fiscalizados com mais rigidez. Muitos dos 39 acusados por promotores americanos de envolvimento em esquemas de suborno no valor de mais de US$ 200 milhões faziam parte do alto escalão da Fifa.