Vásquez, que comandou a federação de futebol de El Salvador, é procurado por ligação com cinco casos de supostos recebimentos de propina
Por Redação, com Reuters – de São Salvador/Rio de Janeiro:
A Suprema Corte de El Salvador aprovou a extradição do ex-presidente da federação de futebol local Reynaldo Vásquez para os Estados Unidos, onde é acusado de envolvimento com suposta corrupção no esporte.
O juiz Sidney Blanco disse que o pedido de extradição foi aprovado por 15 juízes após um mandado de prisão norte-americano ser adicionado à ficha de Vásquez.
Vásquez, que comandou a federação de futebol de El Salvador entre 2009 e 2010, é procurado por ligação com cinco casos de supostos recebimentos de propina ligados a acordo comerciais para transmissão das eliminatórias para as Copas do Mundo de 2014 e 2018.
Em entrevistas à mídia local, Vásquez descreveu as acusações como um “absurdo” e disse que estava recebendo assessoria legal. Ele não estava imediatamente disponível para comentários após o anúncio do tribunal.
O ex-presidente da CBF José Maria Marin, preso na Suíça em maio como parte do inquérito dos EUA sobre a corrupção no futebol, já foi extraditado para enfrentar julgamento na Justiça norte-americana.
Também foram indiciados pelas autoridades dos EUA por suposto envolvimento no mesmo esquema de corrupção o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira. Ambos, no entanto, permanecem em liberdade.
Crise da CBF
O Brasil tem de aproveitar a crise na cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para “passar a limpo” o futebol nacional e entrar numa nova fase de melhor gestão esportiva, disse na quarta-feira o ministro do Esporte, George Hilton.
Na semana passada, Marco Polo Del Nero se licenciou da presidência da entidade depois de ser indiciado pela Justiça dos Estados Unidos sob acusação de participar de um esquema global de corrupção no futebol que teria movimentado milhões de dólares.
– Acho que é um grande momento da gente passar a limpo o futebol brasileiro… a gente espera que seja uma oportunidade para um novo momento, um novo olhar para tratar o futebol com gestão com responsabilidade – afirmou Hilton a jornalistas no Rio de Janeiro.
Del Nero sucedeu o ex-presidente José Maria Marin, que foi preso em maio por suposto envolvimento no esquema de corrupção. Ele ficou preso por meses na Suíça, onde a operação foi deflagrada, e agora cumpre prisão domiciliar nos EUA.
Outro ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, também foi indiciado pela Justiça norte-americana e é mais um suspeito de integrar o esquema ligado a suborno envolvendo direitos de transmissão e venda de competições em vários países.
Por ser uma entidade privada, a CBF não pode sofrer uma intervenção, mas o ministro afirmou que governo apoia investigações contra os supostos envolvidos no esquema.
– Nós apoiamos que sejam feitas as investigações e que os eventuais culpados sejam punidos dentro do rigor e daquilo que é previsto na lei – disse o ministro em evento da Fundação Getulio Vargas.
Del Nero se licenciou para se defender das acusações e, segundo fontes na CBF, dificilmente terá força para voltar ao comando do futebol brasileiro. Ele apontou como seu substituto interinamente o vice-presidente Marcus Antônio Vicente.
Nos bastidores, está sendo articulado um plano para a sucessão de Del Nero. Pelo estatuto da CBF, o vice-presidente mais velho da entidade tem o direito de assumir a presidência em caso de renúncia ou vacância do presidente. Atualmente, o vice mais velho é o presidente da Federação de Santa Catarina, Delfim Peixoto, que faz oposição a Del Nero.
No entanto, Del Nero estaria trabalhando para que o presidente da Federação do Pará, coronel Nunes, seja escolhido para a vice-presidência que era ocupada por Marin. Nunes é mais velho que Peixoto e, se escolhido vice-presidente, estaria apto a ser o primeiro na linha sucessória da CBF.
Federações da região Nordeste defendem um adiamento da Assembleia Geral da CBF para a escolha do novo vice-presidente, marcada para o próximo dia 16 deste mês.
O ministro do Esporte defendeu uma limitação dos mandatos de dirigentes esportivos. “Tentamos…limitar mandatos e espero que na continuidade que teremos sobre isso no Congresso a gente consiga ter uma legislação mais dura e exigente para que tenhamos uma gestão mais eficaz”, finalizou ele.