O anúncio foi feito depois que uma investigação do comitê de ética sobre o caso recomendou um afastamento por nove anos de Valcke
Por Redação, com agências internacionais – de Zurique:
Os juízes do comitê de ética da Fifa anunciaram nesta quinta-feira que abriram um processo formal contra o secretário-geral suspenso, Jérôme Valcke, sobre as denúncias de corrupção envolvendo a venda de ingressos para a Copa do Mundo, um dos muitos escândalos que assolam a entidade máxima do futebol mundial.
O anúncio foi feito depois que uma investigação do comitê de ética sobre o caso recomendou um afastamento por nove anos de Valcke, antigo braço direito do presidente da Fifa, Joseph Blatter, ele próprio banido do futebol por oito anos.
Valcke, que encontra-se suspenso à espera de uma decisão final sobre seu caso e que nega qualquer violação, foi convidado a enviar provas ao painel, disse o Comitê de Ética da Fifa em um comunicado.
Valcke foi por muito tempo um dos homens mais poderosos da Fifa, responsável por garantir que os preparativos para as últimas duas Copas do Mundo, na África do Sul e no Brasil, ficassem prontos à tempo.
Ainda assim, seu caso tem sido ofuscado pela convulsão que dominou a Fifa no ano passado, com a abertura de investigações criminais sobre a entidade nos Estados Unidos e na Suíça.
Ao todo, 41 pessoas e entidades esportivas, incluindo representantes de alto escalão da Fifa, foram indiciados por procuradores dos EUA por crimes como corrupção, fraude e lavagem de dinheiro.
Entre os indiciados estão o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, e os ex-presidentes da entidade Ricardo Teixeira e José Maria Marin, que cumpre prisão domiciliar nos Estados Unidos.
Contas bancárias
A Suíça entregou, no dia 30 de dezembro, o primeiro pacote de documentos bancários relacionados a cartolas da Fifa aos promotores americanos, executando um pedido de Washington. Os documentos serão utilizados como prova em casos criminais em curso visando dirigentes do alto escalão da Fifa. Além disso, a Suíça congelou cerca de US$ 80 milhões em 13 contas bancárias.
O material “se refere a contas bancárias supostamente utilizadas para subornos relacionados com a concessão de direitos de marketing para torneio de futebol na América latina e nos EUA”, afirmou um comunicado do gabinete da Procuradoria-Geral da Suíça (FOJ, na sigla na Suíça).
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos pediu documentos relacionado a cerca de 50 contas em dez banco diferentes, com a promotoria suíça revendo vários pedidos para avaliar sua relevância para a Justiça americana.
Em alguns casos, os pedidos dos EUA foram considerados válidos e os documentos prontamente entregues, mas as decisões sobre outros materiais pedidos ainda estão pendentes, comunicou a Procuradoria-Geral da Suíça.
Separadamente, e também a pedido dos EUA, a FOJ disse que a Suíça efetuou o congelamento de cerca de US$ 80 milhões em 13 contas bancárias, que poderiam ser entregues ao governo americano sob uma ordem judicial.
Um total de 39 pessoas ligadas ao futebol mundial e duas empresas foram acusadas por Washington numa investigação abrangente sobre subornos e corrupção durante décadas na Fifa. A Suíça abriu uma investigação separada visando especificamente supostos subornos durante as licitações para as Copas do Mundo de 2018 e 2022, na Rússia e no Catar, respectivamente.
A promotoria suíça também está investigando o ainda presidente da Fifa, Joseph Baltter, que foi banido do futebol por oito anos pelo Comitê de Ética da entidade máxima do futebol.