Figueredo se encontra detido em Zurique junto a outros dirigentes que fazem parte da investigação sobre corrupção na Fifa
Por Redação, com Reuters – de Zurique:
A Justiça da Suíça autorizou a extradição ao Uruguai do ex-presidente da Conmebol e dirigente da Fifa Eugenio Figueredo para ser julgado no país, onde possui uma investigação aberta por lavagem de dinheiro, disse uma fonte à agência inglesa de notícias Reuters nesta sexta-feira.
Figueredo se encontra detido em Zurique junto a outros dirigentes que fazem parte da investigação sobre corrupção na Fifa.
– A Suíça autorizou a extradição de Figueredo ao Uruguai em vez dos Estados Unidos. A Justiça uruguaia tem até 30 de dezembro para levá-lo ao país – disse a fonte vinculada ao caso, em condição de anonimato.
O ex-presidente da CBF José Maria Marin, preso na Suíça em etapa anterior do inquérito dos EUA sobre corrupção no futebol, já foi extraditado para enfrentar julgamento na Justiça norte-americana.
Também foram indiciados pelas autoridades dos EUA por suposto envolvimento no mesmo esquema de corrupção o presidente licenciado da CBF, Marco Polo Del Nero, e o ex-presidente da entidade Ricardo Teixeira. Ambos, no entanto, permanecem em liberdade.
Blatter apresenta defesa
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, que está suspenso, apresentou sua defesa ao comitê de ética da entidade na quinta-feira, argumentando que ele se comportou corretamente, disse seu advogado norte-americano.
Blatter está sob investigação na Suíça sob suspeita de má gestão e desvio de fundos na Fifa, entidade máxima do futebol mundial, que também está no centro de um enorme escândalo de corrupção investigado pelo FBI. Ele nega qualquer irregularidade.
– O presidente Blatter aguarda com expectativa uma decisão a seu favor, porque a prova exige isso – afirmou Richard Cullen, do escritório jurídico sediado em Nova York McGuireWoods, em um comunicado enviado por e-mail.
– A evidência demonstra que o presidente Blatter se comportou corretamente e, certamente, não violou o código de ética da Fifa. Esta investigação deve ser encerrada e a suspensão, retirada.
Blatter foi suspenso em 8 de outubro de toda atividade relacionada com o futebol por 90 dias junto com o presidente da Uefa, Michel Platini, enquanto se aguarda uma investigação completa sobre sua conduta.
Acordo de fiança
O ex-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) José Maria Marin está tendo problemas para pagar parte de uma fiança de US$ 15 milhões que ele acordou em troca de permanecer fora da prisão, aguardando julgamento das acusações que surgiram das investigações dos Estados Unidos sobre a corrupção na Fifa.
Marin, de 83 anos, se declarou inocente das acusações relacionadas a propinas e foi liberado da prisão no mês passado, depois de se comprometer com bens que incluem US$ 1 milhão em dinheiro e um financiamento do seu apartamento de US$ 3,5 milhões em Manhattan, de acordo com registros judiciais.
No entanto, Marin não tem conseguido obter uma outra parte do pacote, um título de garantia no valor de 2 milhões de dólares, afirmaram promotores e um dos advogados de Marin numa sessão da corte no Brooklin, em Nova York, na última quarta-feira.
Marin recebeu a permissão de permanecer sob prisão domiciliar por pelo menos mais um mês, enquanto os seus advogados tentam obter o título ou encontram uma outra maneira de satisfazer os promotores. O juiz Raymon Dearie estabeleceu como prazo o dia 15 de janeiro.
Promotores norte-americanos indiciaram 41 pessoas e entidades numa investigação sobre corrupção no futebol mundial, derrubando o comando da Fifa e de federações em boa parte das Américas.
Marin foi preso em maio numa ação num hotel de luxo de Zurique e concordou em outubro com a extradição da Suíça.
Ele tem tentado encontrar um fiador nos EUA para emitir o título com base nos bens no Brasil, mas até agora não teve sucesso, disse o seu advogado Charles Stillman no tribunal.
Os promotores não querem esperar mais, declarou um deles, Samuel Nitze.
Autoridades norte-americanas acusam Marin de ser um dos vários dirigentes do futebol que receberiam milhões de dólares em propinas em troca de direitos de transmissão de torneios regionais. Pelo menos US$ 40 milhões haviam sido pagos quando as acusações foram divulgadas, segundo os promotores.