As autoridades norte-americanas pediram documentos relacionados com 50 contas em diferentes bancos, disse o porta-voz do ministério
Por Redação, com Reuters – de Zurique/Moscou:
O Ministério da Justiça da Suíça informou que congelou milhões de francos suíços relacionados à Fifa, disse um porta-voz nesta quinta-feira, confirmando relatos da mídia.
– As autoridades norte-americanas pediram documentos relacionados com 50 contas em diferentes bancos, através das quais se supões que houve trânsito de dinheiro corrupto – disse o porta-voz do ministério Folco Galli, em nota, confirmando reportagem do jornal suíço Tages-Anzeiger.
Ele disse que uma “alta quantia milionária de dois dígitos” foi congelada após solicitação dos EUA.
Merece Nobel da Paz
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quinta-feira que o presidente suspenso da Fifa, Joseph Blatter, é uma “pessoa muito respeitada”, acrescentando que cabe aos investigadores estabelecerem se realmente houve casos de corrupção na organização responsável pelo futebol mundial.
– Se houve sinais de corrupção na Fifa, a investigação deve mostrar. Em relação a Joseph Blatter, ele é uma pessoa muito respeitada, ele fez muito pelo desenvolvimento do mundo do futebol… Ele deve ser premiado com o Prêmio Nobel da Paz – disse Putin.
Falando durante entrevista coletiva anual, Putin também disse que a Rússia ganhou o direito de sediar a Copa do Mundo de 2018 DE forma justa, e que está aberto para trabalhos conjuntos contra o doping, após acusações de amplo uso de doping entre atletas russos.
Del Nero
O presidente licenciado da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Marco Polo Del Nero, disse nesta quarta-feira em depoimento à CPI do Futebol, no Senado, que vai provar sua inocência, depois de ser acusado nos Estados Unidos de corrupção.
– As pessoas podem ser indiciadas, mas têm o direito de fazer sua defesa e vou provar que há um equívoco muito grande neste indiciamento americano… Vou demonstrar a minha inocência – disse Del Nero a senadores.
Questionado pelo presidente da CPI, o ex-jogador e senador Romário (PSB-RJ), se a CBF é uma instituição corrupta, o dirigente respondeu: “Não, que eu saiba não. Eu não sou corrupto”.
Del Nero foi indiciado pela Justiça dos EUA no começo deste mês acusado de receber propina em contratos ligados a competições no Brasil e na América do Sul. Após o indiciamento, ele se licenciou da presidência da CBF.
– Pedi licença para poder me defender – argumentou Del Nero, acrescentando que também deixou suas funções nos comitês da Fifa e da Conmebol para se defender das acusações.
Del Nero afirmou, no entanto, que não vai renunciar ao cargo. O dirigente foi eleito presidente da CBF em eleição no ano passado e assumiu o posto em abril, no lugar de José Maria Marin. Em maio, Marin foi preso na Suíça junto com outros dirigentes do futebol mundial, na maior operação já feita contra a corrupção neste esporte.
Del Nero garantiu no depoimento que não presenciou nenhuma “irregularidade” cometida por Marin e negou as acusações de que teria participado da elaboração de contratos suspeitos durante a gestão de seu antecessor, apesar de estar sempre próximo ao ex-presidente da CBF.
Desde a prisão de Marin, Del Nero não viajou ao exterior para acompanhar a seleção brasileira ou participar de reuniões da Fifa.
Segundo ele, seus advogados o aconselharam a ficar no país. Perguntado por Romário se tinha medo de ser preso, Del Nero reafirmou: “Meus advogados me aconselharam.”
Romário, campeão mundial pelo Brasil na Copa de 1994, usou um tom duro contra Del Nero, defendeu sua saída da CBF e por mais de uma vez acusou o depoente de mentir à CPI, criada após a prisão de vários dirigentes de futebol ligados à Fifa, no final de maio.
Outras autoridades foram presas no começo deste mês, entre elas o ex-presidente da Conmebol Juan Angel Napout e Alfredo Hawit, de Honduras, então presidente em exercício da Concacaf. Del Nero disse ter ficado surpreso com as prisões.
– Para mim foi uma surpresa muito grande as pessoas envolvidas…temos que ter a presunção da inocência e esperar – declarou.
Del Nero ainda negou possuir contas no exterior e que tenha estado em Barbados, embora o senador Randolfe Rodrigues (Rede–AP) tenha apresentado dados da Anac segundo os quais Del Nero teria viajado em um jato da CBF ao paraíso fiscal.
Antes do depoimento, Del Nero leu uma carta em que defendeu sua gestão à frente da entidade que comanda o futebol brasileiro. “Nunca a CBF foi tão aberta e participativa”, disse.