Autoridades dizem que terroristas planejavam atentado nos moldes do ocorrido em Paris em novembro
Por Redação, com agências internacionais – de Jacarta:
A polícia da Indonésia prendeu três suspeitos de serem militantes e busca outros pelo país nesta sexta-feira, um dia após um ataque ter sido deflagrado por homens-bomba e atiradores do Estado Islâmico no coração da capital.
Sete pessoas foram mortas no ataque de quinta-feira perto a um distrito comercial, apesar de múltiplas explosões e troca de tiros. Cinco dos mortos eram agressores.
Foi a primeira vez que o grupo radical atacou o país, que possui a maior população muçulmana no mundo. O ataque sugere um novo tipo de militância no país, mais acostumado com pequenas ações contra a polícia.
Chefes de polícia foram colocados em alerta, algumas embaixadas em Jacarta foram fechadas durante o dia, e a segurança foi reforçada em Bali, local que atrai turistas da Austrália e outros países asiáticos.
O ministro-chefe da Segurança indonésio, Luhut Pandjaitan, confirmou reportagens de que três suspeitos de organizarem um ataque foram presos em uma casa na cidade de Depok, ao sul de Jacarta.
A polícia de Depok, segundo a Metro TV, informou que os homens, descritos como um fabricante de bombas, um especialista em armas de fogo e um pregador, não têm ligação com o ataque em Jacarta.
Ataque maior
Autoridades da Indonésia afirmaram nesta sexta-feira que os atentados em Jacarta, que deixaram o país em choque, poderiam ter sido ainda mais graves, e que a ação policial evitou um massacre semelhante ao que matou 130 pessoas em Paris no dia 13 de novembro.
Na quinta-feira, cinco homens, armados com bombas caseiras, revólveres e coletes explosivos, atacaram um café da rede Starbucks e um posto policial em Jacarta no distrito de Thamrin, onde se localizam diversas embaixadas, escritórios da ONU e centros de compras.
O atentado matou duas pessoas, um canadense e um indonésio, e feriu outras 20. Os terroristas foram mortos pelos policiais ou após seus coletes serem detonados.
O porta-voz da polícia, Anton Charliyan, afirmou nesta sexta-feira que a ação policial impediu um atentado de maiores proporções, uma vez que os terroristas “seguiram o exemplo dos ataques em Paris”.
Segundo o porta-voz, dois dos homens que realizaram o ataque em Jacarta já haviam sido presos por acusações de terrorismo.
As autoridades confirmaram que uma bandeira da organização extremista “Estado Islâmico” (EI), que assumiu publicamente a autoria do atentado, foi encontrada na residência de um dos terroristas, confirmando a associação do grupo jihadista aos eventos desta quinta-feira.
O chefe da polícia de Jacarta, Tito Karnavian, informou que as buscas continuam e acusou um grupo liderado por Bahrun Naim, um militante ligado ao EI, de ser o responsável pelos atos de violência.
O chefe da polícia nacional, o general Badrodin Haiti, também acusou Naim de dar apoio aos atentados. Em 2011, ele chegou a ser preso por posse ilegal de armamentos. Mais tarde, teria viajado à Síria para aderir ao EI.
O presidente indonésio, Joko Widodo, pediu solidariedade à população em seu perfil oficial no Twitter. “Não há lugar para o terrorismo na Indonésia. Todos os cidadãos devem se unir para combatê-lo”, afirmou.
As autoridades se preocupam cada vez mais com o crescimento do terrorismo no país. Estima-se que entre 500 e 700 indonésios tenham viajado ao Oriente Médio com a intenção de aderir ao EI.