Por Redação, com Agências de Notícias – de Brasília:
A presidenta Dilma Rousseff disse nesta sexta-feira que vai lutar contra o pedido de impeachment e prometeu defender o mandato conquistado nas urnas com todos os instrumentos.
– Vou lutar contra esse pedido de impeachment porque nada fiz que justifique esse pedido, e principalmente porque tenho compromisso com a população desse país que me elegeu – disse Dilma em discurso na 15ª Conferência Nacional de Saúde, seu primeiro evento publico após a aprovação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
– Pela saúde da democracia, temos que defendê-la contra o golpe – garantiu a presidenta.
Na noite de quarta-feira, em discurso sobre a aceitação do pedido de impeachment pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Dilma disse recebeu com “indignação” a decisão do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar o pedido de impeachment.
– Hoje [quarta] eu recebi com indignação a decisão do senhor presidente da Câmara dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro – disse a presidenta.
– Não possuo conta no exterior, nunca coagi instituições ou pessoas, nunca escondi dinheiro. Meu passado e presente atestam meu respeito à lei e à coisa pública – completou.
– São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita e desvio de dinheiro público – garantiu Dilma Rousseff.
Com a aprovação do pedido, tem início um processo que poderá seguir até o próximo ano e inclui coleta de provas, interrogação de testemunhas e votação em plenário. O impeachment, que é a destituição do cargo de presidente ou de alta autoridade do Poder Executivo por crime de responsabilidade, é regulado pela Lei 1079/50.
MST denuncia tentativa de golpe
Através de nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra defendeu o compromisso com a democracia e denunciou “a tentativa de golpe institucional contra Presidenta da República, Dilma Rousseff”. Leia a nota na íntegra:
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra vem à público denunciar a tentativa de golpe institucional contra Presidenta da República, Dilma Rousseff, promovido pelo presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB/RJ) e reafirma seu compromisso em defesa da democracia e do respeito ao voto.
Repudiamos o comportamento do deputado Eduardo Cunha e afirmamos que ele é reflexo da aliança explícita entre a mídia empresarial, liderada pela Rede Globo, seguida por partidos políticos de direita. Logo, não tem legitimidade moral, ética ou política de propor o impedimento da presidência da república.
Todos os ataques aos direitos da classe trabalhadora, proferidos sob a Presidência de Eduardo Cunha na Câmara de Deputados, estão sendo respondidos com um grande Fora Cunha! Portanto, seguiremos empunhando essa bandeira até que o Cunha caia e seja provada a sua culpabilidade criminosa nos processos instaurados, sendo imediatamente preso.
Salientamos a necessidade de o Governo Dilma assumir a pauta que a elegeu em 2014 e fazer um mandato que defenda a classe trabalhadora. Porém, não aceitamos nenhum tipo de golpe e vamos defender o mandato da Presidenta legitimado pelas urnas. Ao mesmo tempo, continuaremos lutando para combater a atual política econômica de viés neoliberal, implementada no segundo mandato da Presidenta Dilma, que penaliza a população brasileira, promove um retrocesso nos direitos trabalhistas, beneficia o capital rentista e sinaliza a entrega das nossas riquezas naturais à rapinagem do capital internacional.
Acreditamos que as crises política, econômica, social e ambiental que vivemos nos dias de hoje, exigem profundas reformas estruturais que assegurem a consolidação e aprofundamento da democracia, promovam a distribuição da renda e riqueza produzida aqui e garantam a soberania do nosso país.
Por isso, convocamos toda a militância e toda a classe trabalhadora para lutar pela cassação do mandato e prisão de Eduardo Cunha. Entendendo que, somente com as reformas estruturais podemos colocar Brasil em um novo patamar de democracia e justiça social.