Por Redação, com Reuters – de São Paulo:
O dólar avançava mais de 2% e flertava com R$ 3,80 nesta quarta-feira, após a prisão do líder do governo no Senado, senador Delcídio do Amaral (PT-MS), e do presidente e controlador do BTG Pactual, André Esteves, aumentarem as preocupações com as medidas de ajuste fiscal que ainda precisam do aval no Congresso.
Às 12:56, o dólar avançava 1,90%, a R$ 3,7744 na venda, após subir a R$ 3,8077 na máxima da sessão.
O avanço interrompia algumas semanas de tranquilidade no mercado de câmbio, quando o dólar chegou a cair abaixo de R$ 3,70 embalado por aparente trégua no cenário político, que permitiu a aprovação de medidas importantes para o reequilíbrio das contas públicas brasileiras.
– Dentro de uma calmaria que aconteceu em um pequeno espaço de tempo, apareceu uma incógnita… Temos que ver como isso vai se desenrolar em termos de travar a agenda legislativa, porque é o cenário político que motiva o prêmio de risco no Brasil – disse o sócio-gestor da Absolute Investimentos Roberto Campos.
A prisão de Delcídio e Esteves acontece no âmbito da operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção na Petrobras e em outras estatais.
Operadores temem que a prisão do senador sirva de novo impulso para travar votações no Legislativo e dificulte ainda mais o avanço do ajuste fiscal. A sessão de votações do Congresso Nacional marcada para esta manhã foi suspensa pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sendo que na pauta estavam a mudança da meta fiscal de 2015 e a Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2016.
O Banco Central deu continuidade, pela manhã, à rolagem dos swaps cambiais, equivalentes à venda futura de dólares, que vencem em dezembro. Até agora, a autoridade monetária rolou o equivalente a US$ 9,425 bilhões, ou cerca de 86% do lote total, que corresponde a US$ 10,905 bilhões.