O Estado Islâmico disse em sua conta oficial no serviço de mensagens Telegram que três membros vestindo coletes suicidas realizaram o ataque
Por Redação com Reuters – de Jajalabad:
O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por um ataque suicida no consulado paquistanês em Jalalabad, no leste do Afeganistão, nesta quarta-feira, que foi seguido por um prolongado tiroteio com mortes.
Autoridades afegãs disseram que todos os três agressores e pelo menos sete membros das forças de segurança morreram no ataque do grupo islâmico radical, que até agora vinha evitando golpear alvos de alto escalão paquistaneses.
O ataque, que ocorre em meio a esforços para relançar o processo de paz do Afeganistão com o Talebã e a um alívio nas tensões diplomáticas entre a Índia e o Paquistão, se assemelha a um ataque ao consulado indiano na cidade do norte afegão de Mazar-i-Sharif, na semana passada.
Testemunhas em Jalalabad, a principal porta de entrada do comércio para a passagem de Khyber e o Paquistão, disseram que artilharia pesada e uma série de explosões foram ouvidas durante a batalha, e os moradores e crianças de uma escola próxima foram forçados a se retirar.
Attaullah Khogyani, um porta-voz do governador provincial, disse que um homem-bomba tentou ingressar em uma fila de pessoas em busca de vistos para o Paquistão e se explodiu após ser impedido de entrar no edifício.
Dois atiradores que se esconderam em uma casa após o ataque contra o consulado paquistanês foram mortos pelas forças de segurança, segundo o vice-ministro do Interior do Afeganistão, general Ayoub Salangi.
O Estado Islâmico disse em sua conta oficial no serviço de mensagens Telegram que três membros vestindo coletes suicidas realizaram o ataque, que o grupo disse ter matado dezenas de pessoas, incluindo “vários oficiais de inteligência paquistaneses”.
Homem-bomba
Um homem-bomba matou pelo menos 15 pessoas, em maioria policiais, do lado de fora de um centro de erradicação da pólio na cidade paquistanesa de Quetta nesta quarta-feira, no ataque militante mais recente contra a campanha de combate à doença no país.
O grupo militante Jundullah, que possui ligações com o Talebã paquistanês e jurou aliança ao Estado Islâmico, reivindicou responsabilidade pelo ataque.
A bomba destruiu um carro da polícia que chegou ao local para escoltar funcionários que iriam vacinar todas as crianças com menos de 5 anos na província de Balochistan.
– Foi uma explosão suicida, recolhemos evidências no local – disse Ahsan Mehboob, chefe da polícia provincial, à agência inglesa de notícias Reuters. “A equipe policial tinha chegado para escoltar equipes na campanha de vacinação”.
Ahmed Marwat, que se identificou como um comandante e porta-voz do Jundullah, disse que o grupo é responsável.
– Reivindicamos a explosão na campanha. Nos próximos dias iremos realizar mais ataques a postos de vacinação e funcionários – disse por telefone.
Equipes que trabalham no Paquistão para imunizar crianças contra vírus são muitas vezes alvos do Talebã e outros grupos militantes, que dizem que a campanha serve para encobrir espiões ocidentais, ou acusam trabalhadores de distribuírem vacinas feitas para esterilizar crianças.
O ataque mais recente matou cerca de 12 policiais, um paramilitar e dois civis, e feriu outras 25 pessoas, de acordo com as autoridades.