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Primeira epidemia do vírus zika no mundo acontece no Brasil, diz infectologista

13 de Janeiro de 2016, 13:09 , por Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O Ministério da Saúde só tem divulgado o número de casos em que há suspeita de que o recém-nascido tem microcefalia relacionada ao vírus zika

Por Redação, com ABr – de Brasília:

Um dos mais respeitados infectologistas do país, o professor e ex-diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e coordenador de Controle de Doenças da Secretaria da Saúde de São Paulo, Marcos Boulos, acredita que o país vive atualmente a maior epidemia já registrada no mundo por vírus zika.

Em entrevista ao programa Espaço Público, na TV Brasil, o especialista defendeu o combate sistemático ao mosquito Aedes aegypti, transmissor não apenas do vírus zika, mas também da dengue e da febre chikungunya. Para ele, as prefeituras brasileiras erraram ao não manterem um grupo técnico permanente de controle do vetor.

Boulos lembrou que a infecção por zika, até então, era considerada uma doença mais branda que a própria dengue, já que causa febre baixa, manchas pelo corpo que desaparecem em dois ou três dias e quadros clínicos menos graves, que dificilmente levam à morte. Foi a correlação da doença com casos de microcefalia em bebês que levantou a bandeira vermelha.

O infectologista destacou que, em todos os locais onde foi registrado surto do vírus zika, como na Polinésia Francesa e em algumas pequenas cidades da África, o cenário não se repetiu posteriormente. “Se isso acontecer, até que não vai ser tão ruim assim. Vamos passar por um momento epidêmico importante e, depois, é provável que exista uma calmaria.”

– Precisamos conhecer melhor o zika para saber no que ele pode se transformar. Estamos assustados com os para-efeitos, as coisas que estão acontecendo por causa do zika – disse. “É preocupante as pessoas quererem engravidar sabendo que, se houver zika, podem, eventualmente, ter uma criança com problemas e isso vai atrapalhar a vida e o desenvolvimento dessa família.”

Um novo balanço divulgado na terça-feira pelo Ministério da Saúde revela que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika em recém-nascidos foram notificados no país entre 22 de outubro de 2015 e 9 de janeiro. O boletim também traz a confirmação de que a morte de dois recém-nascidos e dois abortos de bebês com a malformação no Rio Grande do Norte foram em decorrência da doença.

Um novo balanço divulgado na terça-feira pelo Ministério da Saúde revela que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika
Um novo balanço divulgado na terça-feira pelo Ministério da Saúde revela que 3.530 casos suspeitos de microcefalia relacionada ao vírus zika

As notificações da malformação estão distribuídas em 724 municípios de 21 unidades da federação. O Estado de Pernambuco, primeiro a identificar aumento de microcefalia, continua com o maior número de casos suspeitos (1.236), o que representa 35% do total registrado em todo o país. Em seguida, estão Paraíba (569), Bahia (450), Ceará (192), Rio Grande do Norte (181), Sergipe (155), Alagoas (149), Mato Grosso (129) e Rio de Janeiro (122).

O Ministério da Saúde só tem divulgado o número de casos em que há suspeita de que o recém-nascido tem microcefalia relacionada ao vírus zika. Os bebês têm o quadro confirmado ou descartado depois que passam por exames neurológicos e de imagem, como a ultrassonografia transfontanela e a tomografia.

O governo investiga ainda se a morte de outros 46 bebês com microcefalia na região Nordeste também tem relação com o zika. O vírus zika começou a circular no Brasil em 2014, mas só teve os primeiros registros feitos pelo ministério em maio do ano passado.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/primeira-epidemia-do-virus-zika-no-mundo-acontece-no-brasil-diz-infectologista/

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