O FMI atribui a fatores não econômicos as razões para esta rápida e pronunciada deterioração das previsões, destacou Tombini
Por Redação, com ABr – de Brasília:
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, considera significativas as revisões das projeções para a economia brasileira em 2016 e 2017, feitas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), e divulgadas, nesta terça-feira, na atualização do relatório World Economic Outlook (Perspectiva Econômica Global).
O FMI aumentou a projeção de queda da economia brasileira, este ano, de 1% para 3,5%. Para o FMI será o segundo ano consecutivo de queda da economia. Para 2015, o FMI projeta uma retração de 3,8%.
Em 2017, a expectativa é de estabilidade, com a estimativa de crescimento zero para o Produto Interno Bruto (PIB). Em outubro do ano passado, o FMI projetava crescimento de 2,3%, em 2017.
Em nota, Tombini destacou que o FMI atribui a fatores não econômicos as razões para esta rápida e pronunciada deterioração das previsões. No relatório, o FMI diz que a recessão é causada pela incerteza política, em meio às contínuas repercussões das investigações da Operação Lava Jato. O FMI destaca que as investigações na Petrobras estão sendo mais profundas e prolongadas do que anteriormente se esperava.
Nesta terça-feira, é o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, responsável por definir a taxa básica de juros, a Selic. Na quarta-feira, no segundo dia de reunião, será anunciada a taxa básica. Em nota, Tombini ressaltou que “todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado”.
De outubro de 2014, quando estava em 11% ao ano, a julho de 2015, a taxa Selic cresceu 3,25 pontos percentuais, resultado de sete elevações seguidas. Na reunião de setembro do ano passado o Copom decidiu suspender o aperto monetário, mantendo o patamar dos juros básicos pela primeira vez em meses. Entretanto, em função da dificuldade de fazer recuar a inflação, a previsão é de que a autoridade monetária volte a subir a Selic, apesar do cenário de recessão econômica.