O plano não atingiu maioria de dois terços dos acionistas presentes, necessária para ser aprovado depois que a Vivendi, grupo de mídia francês liderado pelo presidente do Conselho Vincent Bollore, absteve-se de votar
Por Redação, com Reuters – de Rozzano, Itália
Maior acionista da Telecom Italia, o grupo francês Vivendi bloqueou a aprovação da conversão de ações da empresa de telefonia em uma assembleia nesta terça-feira, abrindo o caminho para um confronto com a diretoria e Conselho de Administração da companhia.
Acionistas representando 55,7% do capital da Telecom Italia participaram da assembleia extraordinária que analisou a proposta de conversão de 6 bilhões de ações em papéis ordinários.
O plano não atingiu maioria de dois terços dos acionistas presentes, necessária para ser aprovado depois que a Vivendi, grupo de mídia francês liderado pelo presidente do Conselho Vincent Bollore, absteve-se de votar. Apenas 62,5% dos presentes votaram a favor da proposta.
O presidente-executivo da Vivendi, Arnaud de Puyfontaine, disse na assembleia que enquanto sua companhia apoia o plano de conversão, quer mais discussão sobre seus termos dado o efeito diluitivo que teria na fatia de 20,5% da Vivendi.
A derrota da conversão de ações pode ser encarada como um voto de “não confiança” na atual diretoria e Conselho da Telecom Italia, e inevitavelmente levantará questões sobre quanto tempo poderão sobreviver, mesmo que seu mandato seja até abril de 2017, disseram fontes próximas ao tema.
Os acionistas também deverão votar nesta terça-feira o pedido da Vivendi de ter quatro de seus representantes indicados para o Conselho da Telecom Italia como diretores adicionais, uma proposta que recebeu a oposição de diversos fundos de investimento que juntos detêm 65% do grupo italiano.
O resultado dessa votação permanece incerto, no entanto, enquanto a Vivendi só precisa de simples maioria na reunião para conseguir aprovação
Defendendo a tentativa de obter assentos no Conselho em uma companhia onde o grupo francês investiu mais de 3 bilhões de euros, Puyfontaine chamou a Telecom Italia de “navio sem leme”, enquanto seu Conselho não reflete sua atual base acionária.
O Conselho da Telecom Italia aprovou a proposta de conversão de ações no mês passado, em uma iniciativa que ajudaria a empresa a levantar recursos. Mas também diluiria em cerca de um terço a fatia da Vivendi, assim como de Xavier Niel, fundador da operadora de baixo custo Iliad, que recentemente comprou opções de ações equivalentes a 15,1% do capital da Telecom Italia.