A polícia suspeita que os detidos em Ancara nesta manhã estariam recolhendo informação sobre os edifícios públicos na capital
Por Redação, com agências internacionais – de Ancara/ Moscou/Berlim:
Um total de 65 pessoas, incluindo três russos e 15 sírios, acusadas de envolvimento com o grupo extremista Estado Islâmico, foram detidas nesta quarta-feira, um dia depois do atentado suicida que deixou 10 mortos em Istambul.
Segundo a agência Dogan, entre os suspeitos estão três russos, que foram detidos em Antalya, na costa mediterrânea, 15 sírios e um cidadão turco que foram detidos na capital, Ancara.
As forças de segurança apreenderam documentos nos lugares onde ocorreram as detenções.
A polícia suspeita que os detidos em Ancara nesta manhã estariam recolhendo informação sobre os edifícios públicos na capital.
A maior operação no âmbito do atentado de terça-feira ocorreu em Sanliurfa, perto da fronteira com a Síria, onde foram detidos 21 suspeitos.
Em Kilis, na fronteira síria, foram detidos mais quatro estrangeiros, que teriam chegado da Síria e que são acusados de pertencer ao Estado Islâmico.
Dois deles são menores de idade e foram entregues aos pais, enquanto os dois adultos foram acusados de pertencer a um grupo terrorista.
Mais 21 suspeitos foram detidos em cidades da província de Mersin, na vizinha Adana, e em Diyarbakir, a principal cidade das regiões de maioria curda.
Cidadãos russos
A Rússia confirmou nesta quarta-feira a detenção na Turquia de três cidadãos russos por suposto envolvimento com o grupo jihadista Estado Islâmico, um dia após o atentado suicida em Istambul que causou a morte a 10 turistas.
– Confirmamos a detenção de três cidadãos da Rússia. As causas da detenção ainda estão sendo apuradas – disse o cônsul-geral da Rússia na Anatólia, Alexandr Tolstopiátenko, à agência de notícias russa RIA Novosti.
Segundo a agência turca Dogan, os três russos foram detidos na Anatólia, na costa mediterrânica da Turquia, por suspeita de terem cooperado com o Estado Islâmico (EI) no atentado suicida de terça-feira em Istambul, que causou a morte de 10 turistas e mais de 14 feridos.
Os três russos estão entre as 65 pessoas detidas e acusadas de envolvimento com o grupo extremista islâmico. Segundo a agência Dogan, além dos três russos detidos na Anatólia, 15 sírios e um cidadão turco foram presos na capital do país, Ancara.
As relações entre a Rússia e a Turquia passa por um dos piores momentos das últimas décadas, depois que dois caças turcos derrubaram um bombardeiro russo, que, segundo a Turquia, teria invadido o seu espaço aéreo, junto à fronteira com a Síria.
A Rússia nega qualquer violação do espaço aéreo turco e acusa a Turquia de proteger o grupo extremista Estado Islâmico, exigindo um pedido de desculpas formal por parte de Ancara.
Ministro alemão visita local
O ministro do Interior da Alemanha, Thomas de Maizière, visitou nesta quarta-feira Istambul, um dia depois do atentado suicida. De acordo com um porta-voz do ministério, Maizière foi ao local do ataque e em seguida se reuniu com o ministro do Interior da Turquia.
Segundo anunciou a chanceler alemã Angela Merkel, ao menos oito alemães estão entre os 10 mortos no atentado.
Os alemães são turistas muito frequentes na Turquia. Em novembro de 2015, entraram no país 258.613 alemãos, o que representa 15% do total de turistas. De janeiro a novembro de 2015, cerca de 5,4 milhões de alemães visitaram a Turquia.
Turquia culpa EI
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, disse que o terrorista era um estrangeiro membro do “Estado Islâmico”, de cerca de 28 anos, que não tinha registro na polícia local e cruzou da Síria para a Turquia há pouco tempo.
Logo após a explosão, a Alemanha alertou seus cidadãos a evitarem pontos turísticos em Istambul. Pelo menos seis alemães estariam entre os feridos, segundo informou a rede de TV CNN na Turquia.
– O terrorismo internacional mostrou, mais uma vez, sua face cruel e desumana. Nós precisamos agir decisivamente contra isso – disse a chanceler federal alemã, Angela Merkel, logo após o atentado.
A União Europeia (UE) manifestou solidariadade para com a Turquia. “Condeno o brutal atentado terrorista em Istambul”, escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk em sua conta no Twitter. A chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, declarou que a UE e a Turquia “estão unidas contra todas as formas de terrorismo” e que os esforços conjuntos precisam sem ampliados.