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Base governista vai ao STF para anular pedido de impeachment

3 de Dezembro de 2015, 13:22 , por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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Por Redação, com ABr – de Brasília:

Parlamentares da base governista ingressaram, nesta quinta-feira, com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) em que pede anulação do ato do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em que aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, anunciado na quarta-feira. Segundo a base governista, a atitude de Cunha foi motivada após deputados petistas decidirem votar a favor da continuidade de um processo de cassação no Conselho de Ética da Câmara contra Cunha.

De acordo com o deputado Wadih Damous (PT-RJ), autor do mandado de segurança no STF, ao dar início ao pedido de impeachment, Cunha cometeu abuso de poder e desvio de finalidade, por se valer do cargo para praticar atos de motivação pessoal.

STF
Para Wadih Damous (PT-RJ), autor do mandado de segurança no STF, ao dar início ao pedido de impeachment, Cunha cometeu abuso de poder

– Esse mandado é para barrar o ato, anulá-lo e sustar seus efeitos. Não é para pedir seu afastamento da presidência da Câmara dos Deputados. Isso está sendo protocolado na PGR [Procuradoria-Geral da República, por meio de outras representações] – disse Damous.

– No mandado que apresentei alego abuso de poder e desvio de finalidade [por parte de Cunha]. Ou seja, o ato foi praticado não para o atingimento de uma finalidade pública, mas para o atingimento de uma atividade privada e de interesse pessoal. Ele está usando o cargo primeiro para promover sua defesa no Conselho de Ética, inclusive obstaculizando ou tentando obstaculizar a tramitação no Conselho de Ética. E ele usa o impeachment para desviar o foco da opinião pública, de sua condição de investigado e indiciado no STF, e de réu numa representação no conselho da Câmara dos Deputados – acrescentou.

Para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), Cunha não tem “legitimidade” para tirar o mandato de uma presidente eleita.

– Ele quer ganhar no tapetão, mas vamos recorrer no STF de forma a evitar que essa violação à Constituição seja praticada. Quem está no centro do furacão é o Cunha – disse.

O deputado Zé Geraldo (PT-PA) argumenta que o pedido apresentado por Cunha “já nasce anêmico”, porque sua origem está no Conselho de Ética.

– É um ato de vingança, mas o Congresso Nacional terá sabedoria e a democracia irá vencer – completou.

Segundo Damous, as medidas judiciais não estão sendo apresentadas apenas pelo PT, enquanto partido, mas individualmente por parlamentares da legenda e também do PCdoB.

– Ingressaremos com algumas medidas judiciais no STF para questionar o ato do presidente da Câmara, que anunciou pedido de impeachment. Entendemos que esse ato fere a Constituição, é abusivo e é praticado em retaliação à uma decisão da bancada do PT, que orientou seus representantes no Conselho de Ética para votarem a favor do prosseguimento da representação contra Cunha. E ele, em atitude retaliatória e em claro abuso de poder e desvio de finalidade, resolveu dar prosseguimento a um pedido de impeachment – disse.

– Cunha entendia que tinha de ter o apoio do PT no Conselho de Ética. Mas é óbvio que os representantes do PT vão votar de acordo com o que há nos autos, que é mais do que suficiente para que essa representação prossiga e seja admitida. Há elementos contundentes de que Eduardo Cunha praticou os atos de que acusado, de que tinha contas secretas – hoje não mais secretas – na Suíça; e dinheiro de origem obscura e mal explicada. Além disso, ele mentiu a respeito dessas contas na CPI da Petrobras – acrescentou.

Para o deputado, esses elementos são suficientes para que se dê segmento às representações.

– O PT jamais entraria em um jogo de barganha. Isso é inadmissível. Entendo que ele não pode ficar à frente do cargo na Câmara dos Deputados porque reiteradas vezes tem se valido do cargo para promover sua defesa e prejudicar as investigações que há contra ele – argumentou.

A expectativa dos deputados petistas é que o pedido apresentado no STF seja analisado com rapidez, uma vez que há pedido de liminar. “Como há pedido de urgência, presumo que entre esta quinta-feira e sexta tenhamos posicionamento do ministro para o qual for distribuída a peça”.

Eleonora Menicucci repudia processo de impeachment

A secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, disse nesta quinta-feira que repudia o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff.

– Não aceitamos este processo de retirada da Presidência uma mulher que foi democraticamente eleita e reeleita. Os ataques que ela vem sofrendo nenhuma de nós podemos aceitar. São ataques sexistas, machistas – afirmou.

A declaração foi feita em Brasília, na abertura do 5º Ciclo de Empresas Estatais do Pró-Equidade de Gênero e Raça, programa do governo federal que busca fortalecer a igualdade entre mulheres e homens no mercado de trabalho.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/base-governista-vai-ao-stf-para-anular-pedido-de-impeachment/

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