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Governadores e parlamentares expõem fraturas no PMDB

8 de Dezembro de 2015, 16:29 , por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil - | No one following this article yet.
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O deputado Leonardo Picciani (RJ), foi à réplica, no início da manha. E repercutiu junto aos governadores a declaração de que o documento revela o desinteresse de Temer no “fortalecimento da bancada”

Por Redação – de Brasília

Desde que a reunião com os governadores foi agendada, a carta do vice-presidente da República, Michel Temer, à presidenta Dilma Rousseff vazou para a imprensa, no final da noite passada, ficou visível a fratura que divide o PMDB entre as forças da ultradireita, em uma aliança em curso do DEM e do PSDB com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e os governadores aliados à base do governo. Dilma recebeu, na tarde desta terça-feira, o apoio da Frente de Governadores e de mais de 26 movimentos sociais, contra o seu impedimento.

Leonardo Picciani (PMDB-RJ) é o líder da bancada na Câmara dos Deputados
Picciani (PMDB-RJ) é o líder da bancada na Câmara dos Deputados e conversou com os governadores

Os últimos movimentos da corrente liderada por Michel Temer e Eduardo Cunha, de vazar o teor de uma carta amarga do vice-presidente para, em seguida, por meio de seus assessores, negar que tenha se afastado do governo para integrar a tentativa de golpe de Estado, em curso, provocaram a reação dos grupos que integram o PMDB, mas são contrários ao impeachment da presidenta. O quadro se agravou, por volta do meio-dia, quando também vazou para a mídia que teria partido do próprio Michel Temer a atitude de entregar uma cópia ao blogueiro Jorge Bastos Moreno.

Quando a carta teria chegado ao Palácio do Planalto, aproximadamente às 22h, Moreno já tomara ciência do conteúdo, por meio de uma cópia encaminhada pela Vice-presidência da República.

“Embora a íntegra da carta tenha sido publicada às 22h56, uma primeira prévia, em que o blogueiro descreve que Temer “enumera uma série de fatos” e diz que a presidente não confia nele, foi publicada às 21h24, indicando que Moreno já conhecia seu conteúdo neste horário e, portanto, antes de Dilma.
Ontem, Temer afirmou para o mesmo Moreno que o Planalto vazou a carta”, afirma o site de notícias DCM, citando fonte.

Revolta na base

O deputado Leonardo Picciani (RJ), foi à réplica, no início da manha. E repercutiu junto aos governadores a declaração de que o documento revela o desinteresse de Temer no “fortalecimento da bancada”. O presidente da legenda, na carta, queixa-se do papel de um “vice decorativo”, “ignorado” nas tratativas palacianas. A certa altura das lamentações, cita que Dilma o substituiu nas negociações com o Congresso por Leonardo Picciani por Jorge Picciani, pai do deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

— A carta esclarece muitos pontos. Vai ter uma repercussão forte dentro da bancada. Fica claro que o Michel Temer não queria o fortalecimento da bancada. Ele ficou incomodado. Ele fala contra a presidenta ter conversado comigo e ter indicado os dois deputados ministros. E em todo momento, não defende a posição da bancada, mas dos seus aliados pessoais. Ele mesmo frisa que o Moreira Franco, o Eliseu Padilha e Edinho Araújo eram pessoas dele — disse Picciani a jornalistas.

Na reforma ministerial, o parlamentar do Rio indicou, com sucesso, os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) como ministro da Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ) para a pasta da Ciência e Tecnologia.

— Não fui eu quem fui procurar a presidenta. Não fui eu que foi pedir nada. Ela ofereceu e eu apenas cumpri o papel de líder transmitindo à bancada os convites que foram feitos. E decidimos após consultar a maioria. Em momento nenhum eu pedi que substituíssem os aliados dele por membros da bancada — afirmou Picciani.

Picciani acrescentou que estranha a queixa de Temer, que se denominou apenas como “vice decorativo” no primeiro mandato. Segundo Temer, jamais ele ou o PMDB foram “chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do País”.

— Se Temer se julgava um vice decorativo nos quatro primeiros anos, por que ele depois conduziu o partido, mesmo rachado, a permanecer na aliança? Se ele se sentia um vice decorativo por que continuar dessa forma (na chapa presidencial do PT)? — questiona o líder do PMDB.

O peemedebista disse ainda que preza pelo “bom senso”.

— Evidentemente não controlo todas as posições de todos os deputados. Aqueles que têm posições mais exacerbadas, fazem o que acham que devem — declarou

“Fora Cunha!”

Citado em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, entre outros crimes, e prestes a perder o mandato no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Eduardo Cunha ganhou um fôlego novo ao lançar ao Plenário da Câmara o pedido de impeachment da presidenta Dilma. Momentaneamente, Cunha recebe como aliados os parlamentares do DEM e do PSDB, entre outras legendas ligadas à ultradireita. Mas, segundo fonte no PMDB ao Correio do Brasil, na tarde desta terça-feira, “a legenda já percebeu que o impeachment é uma canoa furada”.

— Quem permanecer no apoio à essa aventura, ao lado de Cunha, mesmo sob a liderança do vice-presidente, sofrerá as consequências deste ato inconstitucional e golpista — afirmou.

Diante deste cenário, além dos governadores entraram em estado de alerta os movimentos sociais, ONGs, associações políticas, sindicais e a população em geral. Em nota conjunta, a Frente Brasil Popular, integrada por 66 movimentos populares, pastorais e partidos políticos, afirma que “os setores golpistas da direita através de um grupo de parlamentares, liderados pelo deputado Eduardo Cunha, querem o impeachment da presidenta da República”.

Leia o documento, adiante:

“A maioria do povo brasileiro, através das centrais sindicais, dos movimentos  populares, dos estudantes, das organizações de juventude, mulheres, negros, LGBT, indígenas, das pastorais das igrejas, da intelectualidade democrática, bem como através da opinião de cada cidadão e cidadã, está se pronunciando contra o impeachment. Somam-se  amplos setores democráticos da sociedade civil, do mundo religioso, jurídico, intelectual e cultural do país.

Somos contra o impeachment, porque sobre a presidenta Dilma Rousseff não paira nenhuma acusação ou suspeita de crime, desonestidade ou ilegalidade. Não há qualquer fato ou decisão da presidenta, que possa ser considerado crime de responsabilidade. E sem crime de responsabilidade, não existe motivo para o impeachment.

Somos contra o impeachment, porque pretendem afastar a presidenta Dilma para revogar as conquistas e os direitos do povo brasileiro, para destruir e privatizar a Petrobrás, para submeter o Brasil aos interesses imperialistas.

Somos contrários ao impeachment, porque sabemos das motivações criminosas do deputado Eduardo Cunha. Dono de contas bancárias na Suíça, onde estão depositados vários milhões de reais, dinheiro de origem ilícita, Cunha quer que a oposição o proteja da cassação, em troca do que promete manipular o processo de impeachment e cassar o mandato legítimo da presidenta Dilma.

Entendemos que se trata de um verdadeiro que afronta a democracia, a legalidade e a soberania do voto popular. Os que pretendem substituir Dilma Rousseff devem disputar as próximas eleições presidenciais, em 2018. É isto que pensam aqueles setores da oposição que também são contrários ao impeachment.

Queremos uma política econômica que retome e aprofunde o legado de conquistas sociais, promova a retomada do desenvolvimento, da distribuição de renda, da geração de emprego e da inclusão social.

Este é um momento de unidade de todo o povo, das forças democráticas, progressistas, na intransigente luta pelas conquistas democráticas. Conclamamos a presidenta Dilma a convocar o povo brasileiro a defender seu mandato, com este objetivo: retomar o programa vitorioso nas eleições presidenciais de 2014.

A decisão sobre o impeachment será tomada, ao longo das próximas semanas, pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Para derrotar os golpistas, apoiar os democratas convictos e convencer os indecisos, a Frente Brasil Popular conclama cada brasileiro e cada brasileira a se engajar na jornada nacional de lutas Em defesa da democracia, Não vai ter golpe.

Contra o golpe, em defesa da democracia!

Fora Cunha!

Por uma nova política econômica!

São Paulo 7 de dezembro de 2015

Coletivo nacional dos 66 movimentos populares, pastorais e partidos políticos que conformam a FRENTE BRASIL POPULAR

Nota: Conclamamos a todos se mobilizarem em atos de massa nos estados, e na mobilização nacional programada para dia 16 de dezembro de 2015”.


Fonte: http://www.correiodobrasil.com.br/governadores-e-parlamentares-expoem-fraturas-no-pmdb/

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